15 outubro 2013

O futuro da humanidade

O título parece pomposo, mas é só uma preocupação que me assola de vez em quando. Normal, né? Quem tem filho deve se importar mesmo com o futuro. De preferência, fazer alguma coisa para que ele seja bom, melhor, possível, feliz.
Desta vez o pensamento tomou conta da minha cabeça depois de passar algumas horas do último domingo em um pronto socorro infantil. Primeira constatação: acho que tem gente que acorda no fim de semana, o filho está com uma tossezinha ou o nariz escorrendo, e decide "passear no PS". Juro, vi um monte de gente ali com roupa de domingo, mulheres maquiadas. Detalhe, cheguei antes das 9h30 da matina, porque Teresa estava com uma febre de mais de 39 graus e reclamava de dor nos rins. Eu estava com o cabelo preso de qualquer jeito, cara lavada, exatamente como alguém que sai correndo de casa para ir ao hospital, né? Tive que levar a Julieta comigo porque o Rico estava viajando.
Bem, a essa hora o lugar já estava lotado de famílias inteiras. Peguei a senha 87 e o pré-atendimento ainda estava na 60... Durante a longa espera, o local foi se revelando um circo dos horrores. Nunca vi tanta gente obesa e criança mal criada em um só lugar. Bebês, que supostamente estão doentes, sendo alimentados com biscoito recheado e tomando néctar (nome bonito que deram para uma mistura de qualquer coisa, com açúcar e corante) na mamadeira... Tinha uma avó que facilitava o trabalho da netinha, abrindo o biscoito porque ela só queria o recheio. Essa senhora achava muito engraçado a menina lamber aquela porcaria.
Foi chegando a hora do almoço e o saquinho de damasco que eu tinha levado já não estava segurando a onda. A lanchonete do lugar estava lo-ta-da de gordinhos e seus papais gordões. E a dificuldade de achar alguma coisa saudável para comer?? O jeito foi ficar no bom e velho pão de queijo e torcer para sair logo do inferno. O que ainda demorou, viu? Tetê teve que fazer alguns exames e ficamos esperando os resultados.
Enquanto isso, Julieta, que estava com a corda toda, brincava e fazia novos amigos. Teresa, mais caidinha, ficou desenhando em uma mesa, cheia de giz de cera.. Pelo menos três vezes alguma criança, que não estava desenhando, chegou perto da mesa e fez aquele strike, jogando os lápis no chão. Não vi nenhuma mãe repreender o filho. Algumas sorriam amarelo, outras se agachavam e catavam a lambança da criança, mas sem envolvê-la na arrumação. E teve um pai que deu um tapa em um menino!!! Foi nesse momento que pensamentos terríveis começaram a passar pela minha cabeça, inevitável... O que será dessas crianças quando crescerem? Ninguém lhes dá limite, quando estão implorando por ele. Também não praticam a máxima "bagunçou tem que ajudar (pelo menos) a arrumar". E quando decidem fazer alguma coisa, acham que um tapa vai resolver?
Olha, sinceramente, fiquei deprê. Imaginei que daqui há alguns anos nosso país será tomado de gente gorda, que se alimentou mal a vida inteira, desde a barriga da mãe. E também de gente mal educada, sem princípios, sem diplomacia. Não posso deixar de pensar que tem alguma coisa muito errada com uma sociedade (sociedade, né? Afinal tem propaganda, interesses comerciais...) que entope seus filhos de porcaria e cria párias. Sim, porque se tem gente que sofre preconceito hoje em dia é gordo. E não estou fazendo apologia à boa forma, padrões de beleza, nada disso. Estou pensando em saúde! E também estou sonhando com pessoas que possam conviver em harmonia, que não achem normal furar fila, xingar no trânsito, passear no PS. Temos trabalho pela frente, viu?

23 agosto 2012

Áh, as demandas das crianças de hoje

Gente, venho aqui para dividir uma coisa que tem me feito pensar muito ultimamente: as demandas que nós,  pais e mães dos dias de hoje, temos. Não se trata mais só de dar amor para os nossos filhos, alimentá-los, banhá-los, educá-los, ler antes que durmam. Não, hoje em dia é preciso mais, muito mais. Vejo por mim e pelos amigos próximos.
Aqui em casa, terças e quintas é dia de levar a caçula na fono. Com 2 anos e pouco a escola nos chamou e disse que os amiguinhos não entendiam o que ela falava, ela também sempre foi respiradora bucal, vive de nariz entupido. Desde então, duas vezes por semana atravessamos a cidade para que ela faça o tratamento adequado, com a profissional recomendada. Perco 3 horas entre levar, esperar e trazer de volta. Áh, a mensalidade é uma fortuna. Quartas e sextas, Tetê e Cuca fazem balé e natação. Nadar precisa, todo mundo sabe, faz bem pra saúde e também pode salvar vidas. A dança entrou no combo porque é o mesmo preço para só nadar ou nadar e dançar... E as meninas gostam, se vestem de bailarinas, rodopiam. Outra pequena fortuna pela mensalidade da academia. (Aqui, pelo menos aproveito o tempo em que elas estão lá para me exercitar também. Afinal, pai e mãe dos dias de hoje tem as suas próprias milhares de demandas...)
Sobrou a segunda, né? Que nada! A manhã da segunda é sempre ocupada pelo dentista (agora, a Tetê colocou aparelho e tem manutenção), exames, consultas, vacinas. Quando temos que marcar alguma coisa extra, é sempre na manhã da segunda, que ainda é rodízio do carro, então só a partir das 10h. Fora que todo dia tem escola, e levamos e buscamos.
Não estou aqui reclamando do tempo e do dinheiro que gastamos com todas essas coisas (tá, isso também é fogo, o trânsito de São Paulo está desumano e é altamente estressante). Até porque, por sorte, tenho um trabalho que me possibilita ser uma mãetorista e também ficar bastante com as minhas filhas. Opção que fiz e da qual não me arrependo.
Estou é pensando se toda essa atividade que as crianças fazem nos dias de hoje é mesmo necessária. Cadê o tempo de ficar sem fazer nada?? Julieta ainda tem três anos e tem compromisso 4 manhãs da semana, fora a escola. Ela, que é dorminhoca, é acordada e tem que se arrumar rápido, tomar café da manhã rápido, entrar no carro rápido e pegar no tranco, né?
Mas, quando estou a fim de tirá-las de alguma dessas atividades, logo vem a culpa. "Mas a menina precisa de fono. A outra, se não usar aparelho agora vai sofrer mais tarde. Atividade física é muito importante". E por aí vai. É difícil, pelo menos para mim, avaliar se estamos supervalorizando diagnósticos e a palavra dos especialistas. Então, se o médico, o dentista, a diretora da escola falam que é necessário tais e tais ações, lá vamos nós cumprir a agenda sem fim. E ainda fico pensando como é que fazem os pais que não tem o horário flexível como o meu...
Ai gente, esse post não vai chegar a conclusão nenhuma mesmo. Mas é um desses assuntos que não me larga e sendo assim escrevo para saber se sou só eu que estou meio encanada com tudo isso. Alguém?

12 julho 2012

A arte da mãe equilibrista, capítulo 6.2

Estamos em Recife. As meninas de férias, eu não. Oi? Ahá, a boa notícia é que conforme você vai avançando no aprendizado de ser uma mãe equilibrista este tipo de coisa, até então inimaginável, se torna possível. Mas, vejam bem, eu estou aprendendo as técnicas do equilíbrio, nada de mágica, nem de super poderes por enquanto. Para ser uma boa equilibrista é preciso contar com apoio e planejamento.
Só estamos conseguindo realizar este número porque não estamos em um hotel. As meninas tem a sorte de ter um avô que mora na Praia de Boa Viagem. Além da hospedagem com toda a infra, ele ainda tem uma casa cheia de brinquedos e objetos como piscininha, baldinho, bóia, etc, o que diminui bastante a bagagem da mãe equilibrista. Assim sobra espaço para trazer o lap top. Lembrem-se, estou trabalhando!
Também está aqui conosco a Dedi, que brinco, é meu braço esquerdo, já que sou canhota. Hoje, pela manhã, eu consegui caminhar 5 quilômetros na beira mar enquanto ela brincava com Teresa e Julieta na praia.
Para ser uma boa mãe equilibrista é preciso estar com corpo e mente em equilíbrio. Essa é outra dica que aprendemos na parte mais avançada do curso. Essa caminhada matinal tem sido ótima para planejar o resto do dia e escrever textos mentais (esse eu comecei caminhando, enquanto ouvia o disco Transa, do Caetano, que, tergiverso, cada vez que escuto me apaixono um pouco mais). Depois, encontrei com a patotinha para um mergulho, uma água de coco e voltar pra casa. Daí aquela função básica de banho, almoço, parapapapá. E de tarde, elas já sabem: mamãe está trabalhando. E tem funcionado, viu? Estou dando conta de fazer tudo o que tenho que fazer, e não é pouca coisa (esperem pelo próximo número da revista Claudia Bebê e vocês verão!).
Equilíbrio é isso aí! Minhas filhotas estão se divertindo, já pegaram uma corzinha (me desculpem amigos de São Paulo, mas aqui tá um sol danado!) e eu trabalho sem ficar me culpando por deixá-las as férias todas dentro de casa.
Mas nem tudo está perfeito, viu? Estamos com muita saudade do Pai Ricardo, que como todos sabem não é um pai de santo e sim o progenitor das meninas e meu marido querido.
PS: E a gente reclama da modernidade que nos deixa hiperconectados, mas nesse momento estou é bem agradecida! Viva o trabalho on line!

11 maio 2012

Pense num dia das mães ideal!

Eu acredito mesmo que dia das mães é todo dia e blá blá blá, porque mesmo que estejamos na China, ou numa balada sem as crianças, ou trabalhando feitos loucas, somos mães diariamente, pra vida inteira, sempre.
Se não precisamos de uma data para nos sentirmos reconhecidas, pensei em uma listinha de coisas que transformaria o próximo domingo em um Dia de Mãe Ideal:
  • Em primeiríssimo lugar, a noite que antecede a data seria dormida inteira, sem interrupções de nenhum tipo;
  • Sendo assim, acordaríamos sem olheira (essa que nos acompanha desde que o primeiro filho nasceu) e com um bom humor incrível. Claro, nossa pele também estaria ótima;
  • Poderíamos despertar com calma, lembrando de espreguiçar, e em vez das 1252 coisas que fazemos logo que levantamos, nos sentaríamos com calma, na mesa do café da manhã já posta. (Aqui, você pensa nas coisas que mais gosta de comer no desjejum. Chique.);
  • Nenhum de seus filhos estaria com tosse, ou nariz escorrendo, ou piolho. Nada, nenhuma mazela;
  • Se você ainda está casada com o pai dos seus filhos, ele lha daria um beijo na boca, daqueles de quando vocês ainda não eram pais;
  • São Pedro daria aquela força e o dia estaria lindo;
  • Você poderia escolher a programação do dia, mesmo que seja uma exposição cabeça. Áh, festinhas de crianças estão proibidas;
  • No almoço, você não teria que quebrar a cabeça para descobrir um lugar sem fila, que seja legal para crianças, com comida boa e que tenha preço razoável;
  • Claro que a sobremesa seria o doce mais gostoso do mundo e não engordaria nada;
  • Passaríamos o dia inteiro fofas, sem precisar repetir os mantras: não fale de boca cheia, não brigue com o seu irmão, peça por favor, arrume seus brinquedos. (Nossa, essa foi boa, hein? Acho que eu ia estranhar muito um dia assim...);
  • Como sempre ganhamos presentes mesmo, o pai das crianças teria o poder de ler a sua mente e lhe daria exatamente o que você quer ganhar, na cor preferida, número certo, perfeito;
  • Mas eu já adianto, troco tudo isso pela "surpresa" que vejo Cuca e Tetê tramando, aos cochichos pela casa! Ai, como eu gosto de ser mãe!

13 março 2012

Duas filhas mulheres. Ufa, nasceram no Brasil!

Outro dia, estava conversando com uma amiga querida sobre alguns livros que tratam de mulheres. Lembramos de uma ficção sobre haréns, mas baseada em fatos reias, da biografia de Ayaan Hirsi Ali (Infiel), que conta a vida da somaliana, que entre mil outras coisas, passou pela excisão do clitóris (sem anestesia), e Cisnes Selvagens, de Jung Chang, que trata de 3 gerações de mulheres chinesas, no século XX.
No meio do papo, me peguei agradecendo profundamente o fato das minhas duas filhas terem nascido no Brasil de hoje. Olha, isso ficou martelando na minha cabeça, e fiz questão de deixar passar o dia das mulheres para tocar no assunto. Porque sei que ainda temos milhares de problemas como desigualdade salarial e violência, para ficar só no básico. Mas, que alívio, e a palavra é essa, é ter tido minhas filhas em um país e em uma sociedade em que elas são bem vindas! O pai, demonstra a todo momento como se sente afortunado por ter filhas mulheres e chega a dizer que estas são melhores para o mundo. Muito diferente de países em que, se a gestação de uma menina vai adiante (sim, porque é comum em muitas culturas abortarem meninas), ao nascer ela está fadada a ser um pessoa de segunda classe. Será maltratada pelos pais, pelos irmãos, depois pelo marido. Já pensou passar a vida de burca??? E sofrer mutilações, agressões e humilhações apenas e simplesmente por ser mulher?? Eu, hein!
Mil vezes estar em um país como o nosso. E que nós mulheres, e todos os homens que amam e respeitam as mulheres, continuemos lutando pela igualdade possível que é a dos direitos. Porque no mais somos diferentes mesmo. Adoro ter filhas mulheres (e sempre pensei que ia ter meninos, vai entender...) e não vou aceitar jamais que elas sofram qualquer violência. E tenho dito!

29 fevereiro 2012

A beleza está na diversidade

Uma das coisas de que mais gosto na maternidade é o quanto aprendo com ela. É um aprendizado diário, às vezes gostoso, às vezes um pouco sofrido, mas sempre importante.
Nada me ensinou mais sobre diversidade (e respeito à ela) do que ser mãe de Teresa e Julieta. Lembro de que quando eu estava grávida da Tetê, umas das coisas que mais me deixava curiosa era saber como ela seria. Como seria a misturinha entre eu e o Rico. Como é que esses genes e personalidades tão diferentes iriam se combinar, gerando um terceiro ser. Era uma piração deliciosa e um exercício de adivinha inútil. Quando ela nasceu, com cheirinho de shiitake na cabeça (sim, o cogumelo), lembro do espanto de ver aquele rosto, totalmente desconhecido. Na hora o Rico falou "ela parece com o seu pai". (Aqui um parênteses: minha mãe sempre falou que o bebê nasce com a cara de alguém mais velho da família. Vai saber...). Logo depois do parto, Tetê chorava bem baixinho, como num lamento. E assim foi, um bebê sempre mais para o calmo, uma criança contemplativa, concentrada, muito sociável e doce. Suave.
Quando Teresa estava com 1 ano, me descobri grávida de novo, meio no susto. Logo descobrimos que viria mais uma menina. Foi inevitável passar a gravidez toda imaginando uma Tetê 2. Afinal, não era esse o resultado da mistura? Tudo caiu por terra às 5h58 do dia 18/11/2008. Quando dei à luz um serzinho vermelho, muito vermelho, que chorava à plenos pulmões, sem nenhuma discrição. Olhei seu rosto e não reconheci. Como assim ela não parece com a irmã? Pos é, elas não têm nada em comum, nem na aparência e nem na personalidade. Cuca (como chamamos Julieta) sempre foi um bebê espivitado que fez tudo cedo: andou, falou, tirou a fralda e a chupeta. Tem pressa, não para quieta. Intensa!
Mas digo para vocês que assim é que foi bom. Aprendi a tratar cada uma como um indivíduo. E daí que são duas meninas, filhas do mesmo pai e da mesma mãe, com apenas 1 ano e 9 meses de diferença de idade? Uma precisa de firmeza, a outra de suavidade. Tive que rever o conceito de justiça que eu tinha. Se eu faço para uma, tenho que fazer igual para a outra? Não necessariamente. É claro que os princípios para educá-las são os mesmos, muda o jeito, a forma. E é rico, é diverso, ensina e me faz uma pessoa mais sensível.

07 fevereiro 2012

Escola nova

Teresa e Julieta começaram ontem na escola nova. Decidimos colocá-las em uma escola perto de casa, fundamental em São Paulo, e que vai até o colegial.
No ano passado, quando decidimos pela mudança, fomos orientados a não ficar falando muito com as meninas sobre isso. Afinal, para as crianças, o tempo passa diferente. Imaginem a ansiedade esperando um evento que vai acontecer daqui a 6 meses? Aliás, o que são 6 meses para quem ainda não tem exata noção do que seja ontem e hoje?
Mas, é claro, fomos preparando a transição. Sair de uma escola pequena, que a Tetê frequentava desde 1 ano e Julieta desde os 2, para uma escola bem grande é uma mudança e tanto. Na escolinha em que estavam tudo era mais caseiro, desde o lanche até as instalações. As classes eram menores, com poucos alunos e confesso que isso me dava bastante segurança. Que mãe não quer que seu filhote seja tratado com toda a atenção e carinho? Ainda mais quando são pequenos.
Mas, aí é que está. As crianças crescem e começam a demandar novas experiências, desafios e outras formas de cuidado. Então, chegou a hora. E dá-lhe planejamento para fazer tudo da forma mais tranquila possível!
Julieta, que tem um vocabulário incrível, mas dificuldade em falar alguns vocábulos foi fazer fono. Eu ficava com o coração apertado imaginando ela tentando se comunicar na escola nova e ninguém entendendo. Mais, pensava que isso poderia atrapalhar sua adaptação, fazê-la ficar tímida e envergonhada (para quem a conhece, inimaginável!).
Com a Teresa, que é super safa e sociável, minha preocupação era outra. Ela estava há 4 anos com a mesma turminha. Uma criançada que ficou tão amiga que terminou por juntar as mães também. Uma mulherada animada, com bom papo e que adoro. Aqui, um parênteses: eu também estava sofrendo com essa mudança... Não queria que Tetê deixasse de conviver com os amigos e também queria continuar fazendo parte do grupo das mães.
Para resolver essas questões de ordem afetiva, fizemos uma grande festa de aniversário para Teresa e Julieta e convidamos todos os amiguinhos da escola e seus pais. Foi como uma despedida alegre. Tetê também quis fazer um retrato de cada colega e no verso coloquei nossos contatos.
Já no começo do ano chegou a hora das meninas conhecerem a nova escola. A visita foi ótima, elas ficaram admiradas com tanto espaço e com um guarda-roupa cheio de fantasias. Depois, só falavam nisso. Aproveitei o mês de janeiro para envolvê-las nos preparativos, compra da lancheira, escolha do lanche, etc.
Até que o grande dia chegou! Ontem, fui levá-las e começamos a adaptação. Adaptação que nada! Elas saíram correndo, queriam conhecer logo os colegas e as professoras. Ficaram super bem, Julieta só 2 horas e Tetê já o período inteiro. Hoje, faremos o mesmo esquema. Estou feliz por poder estar lá com elas. Já conheci algumas mães bem legais. Sinto firmeza no projeto pedagógico da escola e estou segura de que escolhemos bem. Claro, ainda é lua de mel. Mas tudo começou muito bem.

06 dezembro 2011

E festinha dá ressaca? Opa!

E como prometido, lá venho eu escrever sobre a ressaca da festinha. Notem que tive que esperar um dia para escrever. Porque o dia seguinte é o dia da ressaca em si.
Então, vamos lá do começo. Domingo era o grande dia. A festa estava marcada para às 10 da manhã, horário anti-chuva. O pessoal do buffet, super profissional, tocou a campainha às 7 da matina. Sim! Afinal, tinham que preparar os salgados, gelar as bebidas, arrumar tudo. E eu tinha deixado a decoração para o dia, porque queria enfeitar o jardim e fiquei com medo que chuvesse na véspera e tombasse tudo. Então vocês podem imaginar que lá pelas 8 da manhã a casa parecia um campo de guerra. Todo mundo correndo de um lado para o outro, atividade total. No meio disso tudo, as duas menininhas mais fofas do mundo, Teresa e Julieta, puxavam assunto com todo mundo: "sabia que hoje é a minha festa?", "porque você está usando essa luva?", "posso comer um docinho?".
Misteriosamente, às 10h05 estava t-u-d-o arrumado, eu estava de banho tomado e penteada, as meninas com seus vestidos (a Cuca não quis usar o vestido novo nem por um decreto e passou a festa vestida de Branca de Neve!) e a casa linda. Nessa hora, eu abracei o Rico e falei "amor, muito obrigada por não se separar de mim a cada véspera de festinha, eu sei que estava intratável!"
Eu poderia ter relaxado, né? Háháhá. Que nada! Como o dia estava lindo (Santa Clara e São Pedro foram muito perturbados, coitados), minha preocupação era a mais juvenil possível: "ai, acho que não vem ninguém..." Sempre acho isso e olha que sou macaca velha de festas, adoro receber!
Corta! Cena seguinte: a camapainha começou a tocar, o povo a chegar e o jardim foi enchendo, ficando colorido e muito animado. Passei a respirar, receber os queridos e consegui tirar até umas fotos. Foi só aí, lá pelas 11 e meia que relaxei e passei a curtir a festa. O mais importante era que Teresa e Julieta estavam aproveitando muito, com sorriso de orelha a orelha. E aí foi, nem vi o tempo passar. Quase não comi, bebi um pouquinho e de repente chegou a hora do parabéns. Epa, peraí, cadê as velinhas? Siiiim, no meio de tantos preparativos, eu havia esquecido desse pequeno detalhe. Mas, a Santa Dedi, babá incrível das meninas, lembrou de umas velinhas que estavam guardadas lá no fundo do armário. Ufa, "parabéns pra você, nessa data querida...". Uma cena engraçada da hora do parabéns foi a do batalhão de amigos fotógrafos, empunhando máquinas, iphones e afins. Quantos clics, nossa!
Depois do parabéns, parece que tem uma etiqueta oculta das festinhas que diz que as pessoas têm que começar a ir embora. Não sei porque, mas é assim, a hora do bolo é o gran finale! Mas, tivemos uns amigos e familiares que ficaram ainda no bate papo até às 5 da tarde.
Quando todos se foram, sobramos nós, os 4. As meninas esravam exaustas, a casa aquela bagunça: papel de presente pra todo lado, docinho esmagado no chão, várias coisas que nem sabíamos de quem era (aliás, ficou por aqui um óculos escuro, alguém???). Eu estava tão cansada que deitei lá pelas 7, com a desculpa de contar histórinha para a Cuca e... dormi. Acordei meia noite, sem entender nada. Como assim, a festa acabou, foi todo mundo embora? Puxa, tão rápido...
E no dia seguinte, o famoso da ressaca, eu sentia dores pelo corpo, em lugares estranhos, como se tivesse corrido uma maratona! Mas o dia da ressaca é também uma delícia!!! Hora de olhar com calma todos os presentes que as meninas ganharam (e foram muitos e lindos), organizar a caixa de doações (amigos queridos, obrigada! A caixa ficou cheia!) e receber um monte de parabéns pela festa!
E não é que já estou pensando nas próximas? Mãe é tudo louca...

01 dezembro 2011

Tensão Pré-Festinha

No meu último post falei sobre TPM e hoje vou falar sobre TPF, a tensão pré-festinha.
Que atire o primeiro brigadeiro (se for de copinho não, pode machucar) a mãe que nunca sentiu essa tensão! Mesmo se delegamos tudo ou contratamos um buffet (opção que nunca fiz), os preparativos são infinitos: escolher o local, reservar a data e o horário, pensar no convite, escolher a decoração e se for louca como eu, dar um pulinho ali na 25 de março para comprar. A lista continua: escolher, quando não preparar, comes & bebes, pensar na recreação para as crianças, mandar os convites por email para os pais e um de papel para os amiguinhos da escola (o que envolve até uma gráfica rápida!). Decidir se vai ter foto, uma atração (mágico, oficina, contação de histórias...) e claro, ver o que cabe no orçamento.
Falando assim, parece que eu não gosto da função e não é nada disso! Tanto gosto que, todo ano, duas vezes por ano, faço festa para as minhas filhas e sou da old school! Gosto de fazer festa em casa, ou pique nique no parque, ou como já fiz em época de reforma, recorrer ao salão de festas do prédio da vovó. Neste ano, não sei se para simplificar ou enlouquecer de vez, vamos comemorar com uma só grande festa o aniversário de Tetê e Cuca. E resolvi escrever esse texto porque estou no auge da minha TPF!!! Mesmo planejando a festinha com antecedência, vai chegando perto e parece que tudo ainda está por fazer. E tenho medos recorrentes: vai faltar comida, vai chover, não vem ninguém... Aliás, inicio a corrente "Rezem para Santa Clara e São Pedro por um domingo de sol". Agradeço antecipadamente!
Mas, apesar da TPF não abro mão de comemorar o aniversário dos meus maiores tesouros e também me divirto. Penso no tema da festa, na cartela de cores, escolho a roupa que elas vão usar. E sou recompensada com a alegria delas no grande dia, recebendo os amigos, abrindo presentes, brincando sem parar!
Depois escrevo para vocês sobre as cenas do próximo capítulo: a ressaca pós festinha infantil.

13 novembro 2011

Carta às minhas filhas

Queridas Teresa e Julieta,

mamãe queria começar essa carta com um pedido de desculpas! Afinal, ninguém merece uma mãe de TPM. Ih, mas peralá, acho que vocês nem sabem o que é TPM, né? Essas 3 letrinhas são as iniciais das palavras Tensão Pré-Menstrual. Mas, como vocês ainda são muito pequenas, a mamãe vai começar explicando o que é menstruação. Todos os meses o corpo das mulheres - calma, ainda falta tempo pra vocês - se prepara para receber um neném. Como nem todo mês engravidamos, o ninhozinho onde o bebê ia ficar dentro da nossa barriga se desfaz e é aí que sangramos. Perto dessa hora, algumas mulheres (serão quase todas?) sentem alguns sintomas físicos como dor de cabeça, inchaço, cólica, vontade de comer doces (mais, né?)... E também sintomas emocionais como irritação, tristeza, mau humor, cansaço...
Até pouco tempo atrás, mamãe achava que era imune à esses males. Mas não é que de uns tempos pra cá, começou a observar que sempre que estava muito sem paciência com vocês, dali há pouco a danada chegava (ela, a tal menstruação).
Olha, perceber é uma coisa, conseguir mudar é outra bem diferente. A mamãe bem que tenta respirar fundo, se acalmar, mas é muito difícil. Tenho amigas que sofrem até bem mais, por isso nem reclamo tanto.
Outro dia, conversando com uma amiga querida que não pode menstruar, e faz um tratamento para isso, fiquei pensando em vocês. Como será quando vocês crescerem? Será que já terão descoberto um jeito de passarmos melhor por esse período? Eu torço para que fique só a parte boa: é da natureza das mulheres e é isso que nos possibilita engravidar e colocar no mundo amores como vocês, tesouros da mamãe. Até algum médico ou cientista descobrir essa fórmula mágica, prometo que vou tentar me controlar e peço para que tenham paciência comigo, afinal são só uns diazinhos, né?

Com o amor da mamãe, Flor

25 outubro 2011

Presente!

Refletir, refletir, refletir... eis o que faço desde que ouvi algumas falas do Contardo Calligaris, psicanalista, ontem, no esquenta do prêmio Trip Transformadores. Ele e o neurocientista Miguel Nicolelis discutiram sobre o futuro. O que esperar dos próximos 25 anos? (A Trip está comemorando 25 anos, eis o gancho para o número).
Contardo, à respeito do futuro, quer mais é que os pais ensinem aos filhos a viverem no presente. E jogou a bomba: se a vida do seu filho acabasse hoje, você poderia afirmar que ele foi feliz em sua existência, ou você só estava preocupado com o seu futuro? Ele questionou a cobrança excessiva que os pais têm à respeito da performance dos filhos.
Na hora, me lembrei de uma reunião da qual participei para conhecer o projeto pedagógico da nova escola de Teresa e Julieta. Uma dupla de pais ficou o tempo todo perguntando como a escola preparava os alunos para o vestibular, para o mundo competitivo, etc. Detalhe, a reunião tratava do ensino de crianças de 3, 4 e 5 anos! Outra preocupação do psicanalista é o fato de os pais, cada vez mais, medicarem seus filhos com psicofármacos. Parece normal, já que os adultos tomam pílulas pra tudo (dormir, acordar, relaxar, transar, não sentir dor - física ou emocional). Mas é mesmo assustadora a quantidade de crianças que, supostamente, tem algum transtorno ou déficit. E dá-lhe remédio! Segundo Contardo, esses medicamentos não são de uso pediátrico e não foram realizados testes suficientes para prever seus efeitos em cérebros ainda em formação. Que medo!! (Também ontem, Eliane Brum tratou disso em sua coluna, vale muito a leitura)
Mas nem tudo é tragédia, mesmo com seu jeitão mais taciturno, Calligaris acha que o mundo hoje é melhor do que 25 anos atrás e espera que fique ainda melhor nos próximos 25! Como mãe de duas infantas, quero muito, muito, acreditar que ele esteja certo!

17 outubro 2011

O futuro não é mais como era antigamente

"Mamãe, isso é de antigamente?" Agora, ouço essa pergunta e variantes, muitas vezes ao dia. É que a turma da Teresa está participando de um projeto chamado "Em outros tempos", na escola.
O projeto é muito legal. Toda semana um vô ou vó dá um pulinho na classe para contar aos pequenos do que brincavam quando eram crianças. É até gozado, a pessoinha de 4 anos está totalmente encantada com os brinquedos de ontem, como bonecas de pano, 5 marias, iô-iô, pião e bolinha de gude. Também fazem muito sucesso brincadeiras de rua: passa-anel, cabra-cega, esconde-esconde, dono da rua, amarelinha, pular corda. E as brincadeiras de rua eram na rua mesmo! Não dentro da escola ou dos condomínios.
Os avós também contam que antigamente havia venda e quitanda, as casas tinham quintal e as ruas eram bem mais sossegadas. Tetê já percebeu que o mundo mudou bastante desde o tempo desses relatos. Também está super atenta a fotos P&B ("são de antigamente, né mamãe?").
Eu aproveito o gancho para frear um pouco a sede consumista das minhas filhotas. Se dá para fazer bola de meia para jogar futebol, como contou um avô, pra que comprar uma? Não é um barato poder brincar só com o próprio corpo e poucos apetrechos improvisados? As avós brincavam com bonecas de pano e usavam as coisas da casa para brincar de casinha. Certamente não tinham uma super cozinha de plástico, que tem pia que sai água de verdade. Mas quem precisa disso para se divertir??
Não é que eu esteja saudosista, mas que o mundo era mais simples, áh isso era! E não precisa ir até o "tempo dos avós", minha infância foi mais simples também. É que o mundo está acelerado e às vezes é difícil lidar com essa nova geração Z (bem essa, dos nossos filhos), os nativos digitais. Tudo rápido, mudando a todo instante, muita liberdade virtual e pouca real.
Então, quando aparece um projeto como este da escola, fico feliz com essa oportunidade que Teresa está tendo de conviver com os avós (os dela e os dos amiguinhos). Eles são como uma biblioteca, cheios de conhecimento e amor pra dar. Quem teve a sorte de conviver com os seus, sabe! Além do carinho incondicional que eles têm pelos nossos filhos, como não se sentem na obrigação de educar e dar limites, mimam à vontade!
Aproveito o post para dizer que Tetê e Cuca são muito felizardas no quesito avós. Ontem mesmo, estavam em casa com a minha mãe, que foi nos render para que pudéssemos sair, eu e Rico, para jantar romântica e sossegadamente a dois! Pra mim, quando elas estão com a minha mãe, estão com Deus, fico realmente sossegada.

04 outubro 2011

A agenda social das crianças

Durante a semana, nossa vida é aquela correria. Ficamos quase que fazendo uma contagem regressiva para chegar o final de semana, quando, supostamente, vamos poder fazer n-a-d-a. Mas toda sexta-feira, um choque de realidade se abate sobre mim quando o Rico pergunta: "qual a programação do fim de semana?". Não sei se na casa de vocês é assim, mas me parece que a "agenda" é sempre uma função feminina. Enquanto vou enumerando os aniversários e eventos, vou me dando conta de que, muito provavelmente, na segunda-feira vou é sentir que estou descansando no trabalho.
E sabe o que é que ocupa boa parte do nosso fim de semana?? A agenda social de Teresa e Julieta. Neste último, tinha sábado de atividades na escola e no domingo, dois aniversários, um de amiguinho da Cuca e outro de amiguinho da Tetê. No mesmo horário. E aí, faz como?? Bom, aproveitando que a minha caçula ainda é "enrolável", faltamos na festinha dela e fomos na pizzada do amigo da Tetê. Por enquanto dá para fazer isso. E elas ainda estudam numa escola pequena. Imagina no ano que vem, quando vão mudar para uma escola maior e cada uma vai ter mais de 20 coleguinhas na classe?? Faça as contas: quase 50 aniversários por ano!!!
Chocada com esta constatação, perguntei para uma amiga que tem 3 filhos como ela faz. Fiquei cansada só de ouvir. É um tal de leva um num aniversário, volta, pega o outro leva não sei onde, depois a vó busca o terceiro, enquanto o pai volta pra casa com o caçula e por aí vai. Gincana total!
É claro que já me pus a pensar se tem que ser assim mesmo e aí venho correndo para cá, compartilhar essas dúvidas com vocês. Nossos filhos são seres sociais, começam a desenvolver seu círculo de amizades e tal - e é uma delícia vê-los interagindo e se divertindo com os amigos. Mas, dependem de nós para irem à qualquer lugar, não tem autonomia para ir e vir. E no fim, estamos fazendo da agenda deles a nossa! Mas há de ter um limite, não? Ainda estou aprendendo, ainda me sentindo a mulher elástica, tentando dar conta de tudo. E ainda sonhando com não fazer NADA!

20 setembro 2011

Mãe, esse ser chato ou Educar dá trabalho mesmo!

"Recolha os brinquedos do chão", "não fala de boca cheia", "peça por favor", "diga obrigada", "não implique com a sua irmã". Eu às vezes me sinto um disco (nossa, disco é das antigas, hein?) quebrado, repetindo sempre as mesmas frases, várias vezes ao dia. Muitas vezes me ouço repetindo essa ladaínha e me acho muito chata, insuportável mesmo.
Na verdade, eu gostaria de ficar só falando coisas fofas e carinhosas para as minhas filhas o tempo todo, fingir que não vejo as traquinagens e mal feitos. Mas não tem jeito. Mãe tem que educar e educar dá um trabalhão. E as crianças aprendem pela repetição e, claro, observando os adultos, principalmente os pais. De nada adianta ficar pedindo pra criança dizer a tal palavrinha mágica, se nós mesmos não usarmos o por favor, obrigada, agradecida, bom dia, como vai?.
Hoje, lendo um artigo (só para assinantes do UOL) da Rosely Sayão, que versava sobre isso, me bateu de novo esse questionamento. Será que é possível educar sem ser tão chata? Eu não quero delegar a educação das minhas filhas à ninguém, nem à escola. E tenho horror de criança mal educada, que não pode frequentar os lugares, sabe? Por outro lado, passo muitas horas do meu dia trabalhando, longe das meninas. Quando chego em casa, lá pelas 8 da noite, morrendo de saudade, é hora de botar pra dormir, lendo uma histórinha. E não é que antes disso, tem sempre a parte "educativa": "arrumem os brinquedos", "vamos escovar os dentes", "chega de bagunça", "já pra cama!".
No fim de semana, quando o convívio é mais intenso, a porção mãe chata dobra! É quando podemos observar como estão os hábitos à mesa, o trato com as pessoas, etc. E vou confessar, saio do fim de semana bem cansada, mas com sensação de missão cumprida (pelo menos em parte, porque essa função não vai acabar nunca, né?).
Mas ainda sonho com uma forma de educar mais suave e menos chata. Quem tiver a dica, que compartilhe!

06 setembro 2011

Costurando com as filhotas!

Tive uma manhã deliciosa, costurando com as meninas! Sim! Descobri a Love Blankie, um ateliê que dá aulas de costuras para crianças. Gente, é um barato! Tetê e Cuca chegaram lá e logo piraram com a quantidade de tecidos e possibilidades de combinação entre eles. Tetê escolheu um floral marrom e laranja e combinou com um xadrezinho laranja (tem bom gosto a danada!). A Cuquinha gostou de um tecido de bonecas, que tinha bastante amarelo e turquesa e fez a composição com um tecido amarelo de bolinhas coloridas, ficou bem divertido. Como elas ainda são bem pequenas, escolhemos fazer um modelo simples: tomara que caia, com faixa na cintura e um babado na barra do vestido. Elas começaram cortando o tecido. Na verdade, rasgando, né? Parte que a Cuca adorou! Depois, hora de ir para a máquina costurar. A "professora" vai segurando o tecido e o papel das crianças é acelerar o pedal da máquina. Depois, ajudam a passar elástico, virar as faixas, uma farra. E quando a roupa ficou pronta, a cara delas foi impagável, um misto de orgulho com sorriso de princesa já se imaginando dentro do vestido.
Não preciso dizer que adorei e fiquei com vontade de passar o dia todo lá, costurando e conversando, o que deve ter um efeito bem terapêutico, né? Pra quem se animar, descobri que as mães também podem marcar hora - com amigas, melhor ainda - e se aventurar pelo mundo das agulhas, linhas e passamanarias. Qualquer sábado destes eu vou!
A descoberta deste ateliê veio bem a calhar. Dona Teresa está numa fase super consumista, todo dia é a mesma ladainha: compra isso?, quero aquilo!, você não trouxe nenhum presente hoje!. Foi legal levar a pequena para um lugar onde é possível fazer a própria roupa, ver o tempo que isto leva, que dá trabalho, mas também muito prazer e realização. Acho que é um bom jeito de ensinar o valor das coisas. E quanto valor agregado tem uma roupa que ela ajudou a fazer, não?

22 agosto 2011

Cultura para a criançada!

Este foi um fim de semana super cultural para as meninas lá de casa! No sábado, fomos conhecer o site da Stela Loducca, uma publicitária que depois da maternidade resolveu abandonar as jornadas malucas das agências para curtir mais o filhote. Vocês que me conhecem sabem que de cara já me identifiquei, né? Como ela já tinha a missão de incentivar as crianças a ler, resolveu criar o site O pequeno Leitor. A ideia surgiu quando ela participou de um trabalho de incentivo à leitura com crianças pequenas, em um projeto social. Lá, percebeu que a falta de incentivo a leitura pode gerar, nas crianças, dificuldade em se expressar, falta de vocabulário e impacto negativo no desenvolvimento do potencial cognitivo. Bem grave, né?
Fiquei pensando que nossos filhos, às vezes super estimulados, estarão muito mais preparados para a vida, em geral, do que as crianças que não têm acesso a livros. Mas como fazer essa garotada criar o hábito de ler? Muitas vezes na periferia, ou nos bairros mais pobres não tem uma biblioteca sequer! Áh, mas lan house tem, e de monte! Por isso a Stela, espertinha, criou um site! E se vocês derem uma navegada com seus filhotes, vão perceber que ele é super interativo e divertido para a garotada. O portal usa histórias animadas, jogos de interpretação de textos e brincadeiras para enriquecer o vocabulário. Lá, estão várias histórinhas criadas pela Stela, geralmente inspiradas em fatos cotidianos, que envolvem o filho dela. Outra coisa muito bacana, é a possibilidade de cada criança criar suas próprias histórias, a partir de desenhos que já estão no site. É como se a criança fosse criando uma legenda para o que está vendo. Depois, com moderação dos pais, é possível publicar no site e deixar acessível para outras crianças!
Mas eu falei em fim de semana cultural, né? Pois é, no domingo, não sei se vocês lembram, estava um frio com chuva tenebroso, mas Tetê e Cuca estavam com a corda toda! Eu e o Rico logo pensamos: cinema! Descobrimos uma sessão, às 11h da manhã, no Cinesesc. Chegando lá, para nossa surpresa, a sessão era gratuita. E mais, todo santo domingo, este projeto chamado Cineclubinho, exibe filmes para a garotada. A partir das 10h já é possível retirar o ingresso e ficar por lá, brincando com palhaços, contadores de histórias e outras milongas mais. Não é demais?
PS: A semana começou tão corrida, que só agora parei para compartilhar essas "descobertas" com vocês!

09 agosto 2011

Os pais, nossos parceiros!

Por conta do meu trabalho na Pais&Filhos - e que delícia trabalhar com um tema de que tanto gosto! - passo o dia vendo notícias bizarras, curiosas, engraçadas e tristes sobre maternidade, família, filhos. É tanta coisa, mas tanta coisa, que me faz até escrever pouco neste espaço. Porque fico pensando na relevância do que escrevo e não quero ser mais uma a soterrar os leitores com achismos e informações inúteis.
Mas, em datas, tudo muda de figura. E como estamos nos aproximando do dia dos pais, fiquei com vontade de escrever sobre eles. Esses pais incríveis de hoje (já me derramei em homenagens em outro post, ao meu marido Ricardo Calil, pai das minhas filhotas e ao meu próprio paizão, por quem sempre fui apaixonada!) são dignos de nota!
Além deles participarem muito mais da criação dos filhos, botando a mão na massa, trocando fraldas, dando comida, agora resolveram falar e escrever sobre o tema.
Tenho dito a todas as minhas amigas mães que prestem atenção no que eles estão dizendo e sentindo. Já que eles estão se expondo mais, vamos aproveitar e aprender sobre uma maneira diferente, mas não menos amorosa e importante, de pensar sobre a criação dos nossos rebentos.
É fato, eles são menos complicados e não carregam tanta culpa. São práticos e podem nos ajudar quando precisamos tomar decisões como voltar ao mercado de trabalho. O Rico me ajudou muito. Tanto me apoiando psicologicamente, me dizendo que eu não seria uma mãe pior por ficar menos com as meninas, quanto ajudando na parte prática. Hoje, é ele o responsável por buscar as meninas todos os dias na escola, por exemplo.
Quando nos abrimos para entender que o outro (no caso o pai) pensa diferente da gente, mas não julgamos isso como melhor ou pior, todos saem ganhando. Afinal, com o mundo corrido e maluco como está, o pai e a mãe tem que formar uma dupla dinâmica. Nossos filhos merecem isso, serem criados com coerência, com pais e mães que se respeitam e são complementares. Já dizia a canção, "todos juntos somos fortes, não há nada pra temer".
Gostaria de encerrar esse post recomendando os livros de dois amigos, pais, que abriram o coração e resolveram botar no papel suas ideias sobre paternidade:
"Como nascem os pais" já é a segunda incursão do Renato Kaufmann sobre o tema (o primeiro livro é o hilário Diário de um grávido) e será lançado nessa quarta (10), na livraria da Vila, da Fradique Coutinho.
José Ruy Gandra lançou ontem (8), na Livraria Cultura, o livro inspirador Coração de pai - Histórias sobre a arte de criar filhos.
Vale a pena dar de presente para o seu pai, ou o pai dos seus filhos. E claro, dar uma roubadinha para ler!

18 julho 2011

As crianças são seres da natureza - e não, eu não sou uma mãe hippie!

Semana passada estive na abertura do fórum "Cidades, bicicletas e o futuro da mobilidade", que discutia, com a presença do David Byrne, basicamente, alternativas para salvar São Paulo do caos total, pelo excesso de carros. Leia aqui a pequena cobertura que fiz para o site da Pais&Filhos. Saí do fórum com a cabeça a mil, dividida entre pegar o primeiro avião e voltar para o Rio - minha cidade preferida, quem me conhece sabe - ou arregaçar as mangas e tentar viver melhor nessa cidade, onde tenho meus laços afetivos. Como ainda não tem pozinho de pirlimpimpim pra vender no mercado, me parece que a atitude mais razoável é ficar em São Paulo e tentar fazer desta uma cidade ok para se viver. Ou pelo menos, aproveitar o que ela possa nos oferecer de bom! E não é só cinema, teatro, show e programação indoor.
Pensando nisso, no sábado, levamos as meninas para passear numa dessas fazendinhas, na Granja Viana. É surpreendente constatar, apesar da modernidade tentar nos fazer esquecer, que somos bichos também! As crianças simplesmente enlouquecem com o espaço livre e os animais! Também pudera, acostumadas à dupla gato e cachorro, pegar um coelho no colo (ou tentar morder a pata dele, como fez a Cuca!)parece uma grande aventura.

Constatei, não sem certo espanto, que minhas filhas são totalmente destemidas! Não estão nem aí se recebem lambida de cavalo, ou se uma cabra tenta mastigar sua roupa! (Isso aconteceu com a Cuca e ela passou o resto do fim de semana, contando para quem encontrava: "a caba modeu minha ropa"). Elas ficaram tão felizes e encantadas com esse contato com a vida "selvagem", que só nos restou, além de babar, fotografar cada passo delas.
Como mãe, acho que tenho obrigação de proporcionar às minhas filhas o maior contato possível com a natureza. Já que vivemos nessa cidade super poluída e com espaço público restrito, o lance é viajar sempre que possível, nem que seja por dentro da própria urbe.

22 junho 2011

O que nos motiva a ter filhos?

Hoje, li a notícia de que nasceu, em Curitiba, o primeiro bebê gerado com o sêmem de um pai morto. A história é a seguinte: um casal estava tentando engravidar há 3 anos. O homem descobriu um câncer e, antes de iniciar o tratamento, congelou o sêmem. No início de 2010 ele faleceu e a mulher não desistiu da ideia de ter um filho dele. Mas, a Resolução 1.385, do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 1992, que trata da ética na utilização de técnicas de reprodução assistida, impedia que a inseminação artificial fosse feita, porque o homem não havia deixado uma autorização por escrito, dizendo que suas células poderiam ser utilizadas para esse fim. Bom, a mulher teve que provar, na justiça, que essa era a vontade dele em vida e assim conseguiu fazer o procedimento e deu à luz uma menina, no início da semana.
À parte toda a discussão ética, fiquei matutando sobre a motivação dessa mulher. Sim, ela queria ter um filho com aquele homem, estavam casados e tentando engravidar. Mas ele morreu e ela levou adiante o projeto. Colocou na menina o nome do pai e já declarou que a bebê é a cara dele. E, para mim, o mais assustador, disse que a filha significava um novo começo de vida para ela. Claro que comecei a pensar no que nos motiva a ter um filho. É justo com a criança que vai nascer já vir carregando o peso de ser um recomeço de vida para a mãe? Afinal, porque temos filhos?
Eu mesma, quando me pego com vontade de ter o terceiro filho (e as vezes ela vem muito forte, porque acho que filhos são a melhor coisa da vida), me faço essas perguntas. É uma decisão racional, ou um desejo que vem do coração? É um ato egoísta? Uma determinação biológica? Uma cobrança social??
No meu caso, que sempre quis ser mãe, mas sou bem racional, ter filhos pressupunha ter um companheiro muito legal, certa maturidade e estabilidade. E, quando nasceram minhas filhas, tive a certeza de que elas só poderiam ter sido fruto daquele relacionamento, daquele amor, daquele momento de vida. Mas me surpreendeu a demanda emocional que a maternidade traz. Quando desejo ter mais filhos logo penso se seria capaz de dar conta de mais um, de dar a atenção que essa criança merece. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão.

10 junho 2011

Trabalho novo, rotina nova

Tsc, tsc, tsc. Mais de um mês sem escrever nesse espaço tão querido. Não foi abandono nem pouco caso. Foi é muuuuuito trabalho. A vida deu uma daquelas guinadas e agora sou a nova editora do site da revista Pais & Filhos. Feliz da vida com o novo desafio e mais atenta do que nunca a todos esses temas que adoramos e fazem parte do nosso dia-a-dia. Mas vocês podem imaginar como a minha rotina mudou, né? Ainda estou me adaptando, minhas filhotas também. Agora, não dá mais para levar e buscar na escola todo dia, como sempre fiz. Nem levar no ballet, natação e yoga. Ou dar banho e almoço... Acompanhem a logística: venho para a editora de manhã cedo. Volto para casa na hora do almoço para engolir alguma coisa e pegar as meninas. Levo na escola. Deixo o carro num estacionamento perto do trabalho. O Rico sai correndo do trabalho às 17h e pega as gatinhas na escola. As deixa em casa e volta para o trabalho. Ufa, cansaram? Mas por enquanto é isso. Elas ainda são pequenas e não tenho coragem de colocá-las na perua escolar. Além disso, gastar a minha hora do almoço para levá-las na escola faz com que a saudade diminua um pouquinho. Depois é torcer para chegar em casa com elas ainda acordadas. Geralmente chego perto das 20h, corro para lavar a mão. Julieta logo diz "mamãe, você vai lavar a mão porque andou de 'ômbilus'?". Aí, ignorando a fome e o cansaço, vou ler histórinhas até elas dormirem. Depois, junto os caquinhos, vou preparar uma coisinha para comer com o Rico, contar as novidades do trabalho, repercutir notícias, etc. E lá se foi mais um dia. Mas, querem saber o resumo da ópera? Estamos nos saíndo super bem! Agora meu novo mantra é: qualidade é melhor do que quantidade. Fico menos com as meninas, mas aproveito cada segundo, com todo meu amor e minha atenção.

06 maio 2011

Uma reflexão sobre o Ser Mãe nos dias de hoje

Outro dia Tetê, minha filhota de 4 anos, acordou de madrugada com uma febre misteriosa. Medimos a temperatura: 38.5. Enquanto fiquei com ela no colo, pedi para o Rico ir buscar o antitérmico. Dei o remédio e comecei a perguntar o que ela estava sentindo, se doía algum lugar e disse que logo, logo ela ia se sentir melhor, ao que ela responde: “mamãe, você é um pouco médica, né?”. Além de achar muito fofo o comentário, fiquei pensando no tanto de habilidades que desenvolvemos com a maternidade. Sim, toda mãe é um pouco médica, motorista, boleira, estilista. E toda mãe queria ser mais do que médica, queria ser milagrosa, para evitar doenças ou qualquer sofrimento dos filhos. Ainda não chegamos lá, mas estar perto dos filhos e dar muito amor e carinho cura um monte de coisas sim!
Tenho refletido e conversado muito sobre o ser mãe. Vocês sabem, me é um tema tão querido que até fiz esse blog. Mas com a proximidade de mais um dia das mães - que como dia da mulher é todo santo dia – as reflexões ficam mais profundas. Qual é o lugar da mãe na sociedade de hoje? A mulher conquistou muito, seja no mercado de trabalho, na liberdade de ir e vir, casar, separar, ter ou não filhos. É mais dona do seu nariz, sem dúvida. Mas, quando vira mãe, surgem vários conflitos que põe em cheque todas essas conquistas. Queremos mesmo trabalhar 10 horas por dia e deixar as crianças com a babá ou no berçário? Queremos voltar a trabalhar tão rápido para batalhar por aquela promoção quando temos um bebê fofinho nos esperando em casa? Queremos em seis meses estar com o corpo super em forma como se não tivéssemos acabado de carregar um barrigão?
Teve uma geração importantíssima de mulheres que batalhou por muita coisa e sou filha dessa geração. Foi bem nessa época que surgiu o leite ninho, por exemplo. Sabem qual propaganda estava por trás? Mulheres, pra que ficar em casa amamentando? E a independência recém conquistada? Pra isso temos o alimento perfeito para o seu bebê... Como o mundo dá voltas, a mulherada hoje em dia está resgatando um monte de práticas da época da vovozinha: não abre mão de amamentar, vai na feira orgânica comprar legumes para fazer a papinha, resolve mudar de trabalho para estar mais próxima dos filhos. Eu tô nessa e muitas amigas também. Tem um preço, claro. Alguma dependência financeira, um olhar meio atravessado de pessoas que não reconhecem a trabalheira que é cuidar de filhos, o adiamento de algumas realizações profissionais. Mas eu acho o saldo pra lá de positivo. Minhas filhas vão ficar cada vez mais independentes e eu vou ter muito tempo para outras realizações pessoais. O que não volta é essa primeira infância delas que tenho curtido bem de perto e que me faz uma mãe muito feliz!

03 maio 2011

A melhor coisa do mundo é ter irmãos! Um post-homenagem a todos os irmãos, de sangue, adoção ou escolha do coração


Ontem, como tem sido de costume na casa nova, fui colocar Teresa e Julieta para dormir, lendo historinhas. Cada uma deitada em sua cama, o quarto na penumbra, livro escolhido. Daqui a pouco, Julieta diz “mamãe, quero ir na cama da Tetê”. E eu “tá bom filha, mas as duas quietinhas, hein?”. A pequena rapidamente pulou para a cama da irmã e segui contando a história. Começo a ouvir risinhos cúmplices, tiro os olhos do livro e vejo a coisa mais linda: as duas, viradinhas uma para a outra, fazendo carinho e brincando. Juro, quis ser durona, pedi silêncio, ordem e tal. Mas não foi possível. Fiquei ali, admirando a cena, tão feliz por elas se gostarem de verdade!
Agora, que estão com 2 e 4 anos, minhas filhas aproveitam muito a companhia uma da outra. Brincam de faz de conta, brigam disputando brinquedos, cantam e dançam juntas. Eu fico maravilhada com isso! Sempre desejei que elas fossem amigas-irmãs, companheiras mesmo, mas isso não é uma coisa que se impõe, tem que ser natural. Mas eu cultivo e incentivo, porque, de verdade, acho que ter irmãos é uma das melhores coisas da vida. Nesse quesito, a vida foi muito boa comigo. Tenho 3 irmãs lindas e um irmão querido*. Estamos cada vez mais próximos, saímos, nos divertimos, nos apoiamos. Irmãos são nossa memória viva, são nossos cúmplices. Os meus são um tesouro na minha vida, assim como as minhas duas filhotas.
*beijocas em Tutu, Camilinha, Juli e Cla

13 abril 2011

Mudança com crianças, pense no caos!

Quem acompanha esse blog deve ter percebido – e espero, lamentado – meu sumiço. O fato é que mudei de casa. Mas não foi uma simples mudança, uma das 15 (!) que já fiz desde que nasci, incluindo aí mudanças interestaduais. Voltamos para a nossa casa, depois de 10 meses de reforma. Reforma, não, extreme make over. Tirando o fato da casa estar linda, o resto está o caos! Andam aqui pela minha casa pedreiros, marceneiros, gesseiros, vidraceiros e jardineiros. Sujeira, pó, barro. Não adianta limpar, daqui há dois segundos está tudo sujo de novo. Várias coisas encaixotadas. E como o ser humano é um bicho que acumula, vou confessar que nem sei o que tem em várias caixas que ficaram guardadas durante a reforma. E no meio de tudo isso, duas lindas menininhas, Teresa e Julieta. Olha, mudar com crianças é uma loucura. Só para vocês terem uma ideia: “mamãe, onde está minha boneca de cabelo comprido?”, “mamãe, posso brincar com essa massinha?” (detalhe, a massinha é massa corrida!), “moço, porque você está todo sujo?” (puxando assunto com um dos pedreiros). Faltou falar da nossa cachorra maluca, que quer morder os pedreiros.
Meu mantra atual é rir pra não chorar! Mas ao longo do processo, algumas coisas me ajudaram e compartilho com vocês:
• Se você tiver onde deixar as crianças durante a mudança, melhor. Serve a casa da vó, da tia, da madrinha. No meu caso, fiz um combinado com a escola e elas ficaram período integral, durante os dias mais críticos. Foi uma farra para elas e uma tranqüilidade para mim.
• Deixe organizada uma mala, ou caixa, com a roupa de cama e banho, trocas de roupa e pijamas, escovas de dente e brinquedo preferido das crianças e arrume primeiro o quarto delas. Elas ficam ansiosas e querem logo habitar o novo cômodo.
• Aproveite para fazer aquela boa e velha limpeza nas roupas e brinquedos das crianças, contando com a colaboração delas e separando o que tem que consertar e o que pode ser doado. Explique que na casa nova tem que ficar tudo arrumado e bem bonito. (Boa hora para jogar fora aquelas barbies descabeladas, brinquedos de 1,99, etc.)
• A mudança é uma ótima oportunidade para melhorar hábitos e fazer alguns combinados do tipo: na casa nova, só vamos comer na mesa, nada de comer no sofá, na casa nova cada um dorme no seu quarto, nada de invadir a cama da mamãe na madrugada, na casa nova não vamos espalhar brinquedos por todo o canto, não vamos andar de sapato, etc.
• Trabalhe como uma formiguinha e abra até a última caixa, organize tudo e não deixe bagunça pra depois. Afinal, casa com criança tem que funcionar!

O principal é não esquecer que mudanças sempre trazem coisas boas. Uma hora tudo se ajeita, a casa ganha a nossa cara e o nosso cheiro e todos os percalços viram boas histórias pra contar!

21 março 2011

Crianças e Yoga, feitos um para o outro


A Tetê, minha filha de 4, está praticando yoga. É verdade que ela praticou desde a barriga, já que eu fazia aula pra gestantes com a Fadynha, no Instituto Aurora, no Rio. Mas aí ela nasceu, me viu praticando um dia ou outro em casa e começou a se interessar. Na comemoração da escola do aniversário dela de 3 anos, como a turminha estava estudando os animais e seus movimentos, resolvi que a “atração” da festa seria uma aula de yoga, ministrada pelas meninas do yogando. Que sucesso! Quinze mini pessoinhas totalmente entregues, fazendo a postura da árvore, do gato, da cobra. No final, a lembrança era uma dessas almofadinhas cheirosas pra colocar nos olhos e lá foram elas para o relaxamento, yoganidra (foto). As crianças adoraram! Nesse mesmo aniversário, Tetê ganhou de uma amiguinha o livro da professora Celeste, Rata Yoga (Ed. Evoluir), onde uma ratinha faz as posturas, que são descritas em forma de versinhos. Uma graça! Lá vai Tetê ficar imitando todas as posições, me chamando pra praticar junto. Na sequencia, ganhou da madrinha (Luciana Guerin, uma super professora de yoga) outro livro muito legal, chamado Meu pai é um pretzel, Yoga para pais e filhos, de Baron Baptiste (Ed. Girafinha). Como ela estava ficando muito interessada na prática, achei que era hora de colocá-la numa aula. Há quase um ano ela pratica, duas vezes por semana, na Eco Fit. Desde então, aprendeu muitas posturas, e o mais importante, está trazendo a filosofia do Yoga para a vida. Adora cumprimentar as pessoas juntando as mãozinhas e falando namastê e outro dia me falava sobre ahimsa, a não violência: “Mamãe, não podemos pisar nas formiguinhas nem brigar com os amigos, né?”. O coração da mãe quase transborda de orgulho.
Sou absolutamente convencida dos benefícios da prática do yoga desde a mais tenra idade, mas para tirar eventuais dúvidas, conversei com a Luciana Perez, instrutora da Tetê.

Maria Flor: A partir de que idade é indicada a prática de Yoga?
Luciana Perez: Hoje em dia temos uma gama de aulas para qualquer idade, Baby Yoga (0 á 3 anos), Yoga Kids ( 3 á 6 anos), etc. Sabemos que a prática de atividade física é natural na infância, andar, correr, pular, saltar, esticar. As crianças possuem também um ótimo sentido visual e auditivo, uma energia considerável e o dom precioso da sua ilimitada imaginação. Então podem começar desde cedo, com aulas adequadas para cada faixa etária.

MF: Quais os benefícios que a prática traz para elas?
LP: vivemos em uma sociedade em que as crianças estão sujeitas a uma estimulação excessiva, própria da vida moderna. Horários demasiadamente preenchidos, pressão e competição escolar, são fatores que contribuem para aumentar a ansiedade, dispersão, falta de atenção e concentração. O principal objetivo do yoga é a melhora da qualidade de vida futura destas crianças. A evidência mostra que a prática regular do Yoga mantém as crianças saudáveis porque fortalece seu sistema imunológico e proporciona o funcionamento perfeito de músculos, órgãos e glândulas. Também as ajuda a desenvolver um corpo forte e flexível, trabalhando equilíbrio, coordenação, concentração. Para alcançar esses objetivos, todas as técnicas do Yoga são passadas para as crianças de forma lúdica, o que confere um estimulo maior para praticar. Em nossa vida estressante e barulhenta, vamos ensinar a criança a relaxar e como se concentrar e acalmar. Acima de tudo, é uma forma de atividade “física” gentil, não competitiva e que todas as crianças curtem.

MF: Durante a aula é possível ir passando os preceitos do Yoga (como não violência, verdade, contentamento), além da parte física?
LP: Yoga é uma filosofia de vida, um novo caminho. A cada aula as crianças também travam contato com a ética do Yoga (yamas e nyamas). Sabemos que trabalhar com crianças exige muito mais que uma boa aula unida a uma boa técnica. Exige do instrutor o poder de persuasão, agilidade, criatividade, dinamismo, paciência, amor e compreensão. Sentir a real necessidade de cada um. Dever fundamental dentro deste trabalho é prepará-los para enfrentar o mundo com confiança e amor, crescendo saudáveis e felizes. Dando-lhes a oportunidade de conhecer e praticar uma filosofia milenar, assim como outras crianças que praticam ballet, judô, piano, etc., poderão sem misticismo ou religião vivenciar algo fantástico e motivador.

Se você ficou com vontade de saber mais, é só escrever para a Luciana, no email lu_perez@uol.com.br que ela responderá com prazer às suas dúvidas.

Namastê e boa semana para todos!

10 março 2011

Comida afetiva

Não sei se já contei aqui que estou fazendo um curso de escrita criativa, sobre comida e literatura, dois temas que adoro. Hoje, fizemos um exercício na aula sobre memória, sentimento e comida. Fui resgatar lá na minha infância um mingau de aveia que meu pai preparava, nos cafés da manhã de domingo. Incrível como lembrar de um prato pode despertar tantas sensações. Me deu saudade de um tempo que não volta, dos meus irmãos pequenos, da casa que não é mais nossa... Compartilho com vocês o curto texto que escrevi e gostaria de saber quais são as suas comidas afetivas lá da meninice. Me contem, sou toda ouvidos!

Mingau de aveia confortante

Depois que papai e mamãe se separaram, passávamos com ele fins de semana alternados. Eram fartos os cafés da manhã na casa do papai. Filho de mãe judia, preparava uma grande quantidade de comida e aí de quem não comesse tudo. A saber: suco de laranja, café com leite, ovo mexido, pão com queijo e o mingau de aveia. Quem pensa que torcíamos o nariz para essa última parte se engana. Apesar de já estarmos empanzinados, o mingau era o gran finale. Lembro bem de ver meu gordo, mexendo a panela e cantando, com voz bonita, mas meio desafinado. Colocava o leite, a aveia e um pouquinho de açúcar e mexia até engrossar. A mistura só ganhava cheiro quando chegava a mesa. Seu Silvio pegava o frasco de canela e polvilhava com todo o cuidado a inicial da cada um. Eu, com nome composto, ganhava duas letras da especiaria: M e F. Na hora de comer, passava instruções: comecem pela beirada pra não queimar a língua.
Há dois anos voltou pra Recife, sua terra natal. Não há meio mais eficiente de lembrar do meu querido. É fechar os olhos e sentir o cheiro da canela, preparar a língua para receber o creme quente, com a textura dos flocos da aveia, doce no ponto certo. O calor do estômago se espalha por todo o corpo de maneira confortante.

28 fevereiro 2011

Toy Story 3

Na noite de ontem (domingo), como era esperado, “Toy Story 3” levou o Oscar 2011 de melhor animação. Alguns críticos, entre eles meu marido, Ricardo Calil, defendiam que ele deveria ganhar o Oscar de melhor filme também. Não assisti a todos os filmes que estavam na disputa para dar minha opinião. Mas acho toda a trilogia Toy Story maravilhosa e digna de nota. Tanto é que vejo e revejo com as minhas filhas. Porque quem tem filho sabe que as crianças vêem muitas vezes cada filme, até decorar diálogos inteiros. Essa repetição é importante para o processo de aprendizagem delas. Mas imagina se não gostássemos também dos filmes? Que tortura seria se tivéssemos que assistir só Pocahontas, Branca de Neve e companhia! Santa Pixar, que veio nos salvar e fazer com que ver filmes virasse realmente um programa para toda a família (também considero obras primas "Procurando Nemo", "Monstros S/A" e "Wall-E", só para citar mais alguns filmes da produtora).
No caso de "Toy Story 3", impossível não se emocionar. Enquanto as crianças estão acompanhando a aventura dos brinquedos “velhos” sendo doados para uma creche, nós adultos estamos diante de questões profundas como passagem do tempo, obsolência e morte. Saímos da experiência cheios de reflexões e é isso que espero do bom cinema, não importa se é uma animação ou não.

12 fevereiro 2011

Ranking das porcarias

Hoje, em uma festinha de criança, encontrei Bia Abramo, uma amiga querida, e conversa vai, conversa vem, lembrei de um fato, acontecido anos atrás. Eu morava no Rio e o Rico, meu marido, falou: “olha, estão aqui a Bia, o Hélio e o filhinho deles, o Félix. Vamos encontrar pra almoçar?”. Almoçamos no Braseiro da Gávea, delícia, e eu encantada com o Félix, 1 ano, loirinho, começando a andar. Eu já estava com vontade de ser mãe, então fiquei ali, brincando com ele, tirando uma casquinha. Depois do almoço, fomos comer a sobremesa no Chez Anne, no Shopping da Gávea, conhecido pelo seu mil folhas. Eu, que sou chocólatra, pedi a torta de chocolate e, sem pensar, peguei uma colherada e botei na boca do baby Félix, que imediatamente esboçou um sorriso e a cara de quem tinha provado a oitava maravilha do mundo. A Bia vira e fala: “é a primeira vez que ele come chocolate.” Na hora, eu queria que um buraco se abrisse no chão. Como assim eu não tinha perguntado para a mãe da criança se ela comia açúcar?? Enfim, coisas que não passam pela cabeça de quem ainda não tem filhos... Hoje, lembrando dessa história (Félix, lindo, do alto de seus 7 anos), eu e Bia ríamos quando ela vira e fala: “ ah, mas tem um ranking das porcarias, né? Chocolate é bom, alimenta.” Fiquei aliviada, por ela não ter ficado puta comigo, e me diverti muito com a frase. Ela seguiu dizendo: “olha, ele come bem pra caramba, verduras, frutas, prova camarão, tudo, mas come porcaria a beça!”. Outra mãe que estava com a gente emenda: “e batata frita? Batata frita é uma porcaria liberada, né?”. Todas concordamos: “ só se não for aquela batata de carinha, que não é nem batata...”. E por aí foi. E para vocês, existe um ranking das porcarias? Dá para liberar algumas coisas para os nossos filhos, sem avacalhar muito a alimentação?

07 fevereiro 2011

Um desafio pela frente

Ontem, uma das manchetes da Folha me deixou inquieta: “Achar doméstica vira desafio na metrópole”. Não que o tema fosse desconhecido, ou uma novidade para mim. Pelo menos duas vezes por semana alguma amiga ou conhecida me pede indicação de empregada ou babá - de confiança - como já escrevi no post “A mãe e seus ajudantes”. Também citei que, no Brasil, o fato de termos empregadas que dormem em casa é herança do nosso passado escravocrata, ou seja, com o passar do tempo a tendência é mudar mesmo. A notícia dá o que pensar. Está cada dia mais difícil achar uma profissional que realmente queira ser doméstica. Virou um trabalho temporário, enquanto não acham nada melhor, que dê mais status. E que bom, não é? Se isso for reflexo de que as pessoas estão tendo mais acesso a educação e a salários e oportunidades melhores, enfim estaremos caminhando em direção a uma distribuição de renda satisfatória e a mais justiça social. E com outros empregos, talvez essas mulheres possam também ficar mais tempo com seus filhos, em vez de cuidar dos filhos das classes mais abastadas. Ok, um lado da questão parece estar evoluindo. O que não está mudando com a mesma velocidade é o fato de que nós, mães contemporâneas, ainda não temos opções que resolvam a seguinte equação: queremos ter filhos e queremos nos realizar profissionalmente. Como faremos isso sem contar com a ajuda preciosa das domésticas? Ainda não temos no nosso país uma cultura de trabalho meio período. Tão pouco temos escolas públicas de qualidade onde nossos filhos possam ficar período integral e as particulares cobram uma pequena fortuna. Que salário uma mulher teria que ganhar para fechar essa conta?
Esse é, sem dúvida, um desafio para toda a sociedade, não só para a mãe. Afinal estamos tratando da criação dos futuros cidadãos.

26 janeiro 2011

Mini fashionista não, né?

Não sei quanto a vocês, mas quando eu era pequena não tinha essa história de escolher roupa não. A mãe comprava, vestia e pronto. E comprava duas vezes por ano, inverno e verão. Mas aí inventamos de sermos mães democráticas, de ouvir a opinião das crianças e lascou-se, está surgindo uma geração de mini fashionistas (está aí a Suri que não me deixa mentir). Medo.
Tenho um posto avançado de observação por ser sócia de uma loja infantil, a Mini Humanos. É bem verdade que os nossos clientinhos são muito legais, fazem combinações incríveis e realmente têm atitude. Dá gosto ouvi-los, perceber a lógica infantil na hora de se vestir e ver as misturas que eles propõe. Mas algumas mães entram na loja desesperadas relatando que a filha não quer mais usar calça, só saia. Detalhe, é inverno e está super frio. Outra diz que a filha só quer usar rosa. Outra que o filho só usa uma camiseta que lava e volta pro corpo, lava e volta pro corpo... Assim também não dá, né?
E aí me pego pensando em qual seria o caminho do meio. Não dá para obrigar uma criança a vestir o que ela não quer. Mas deixá-la com todas as escolhas do mundo deve gerar uma angústia danada (aliás, Roseli Sayão escreveu um artigo ótimo sobre isso ontem, no caderno Equilíbrio da Folha).
Aqui em casa tenho usado a “liberdade com limites”. Sim, eu deixo minhas filhas escolherem o que querem vestir. Mas coloco duas opções sobre a cama, já adaptadas ao clima e a ocasião em que as roupas serão usadas. Dentro desse universo, elas podem optar. E claro, tem artigos que são vetados e nem entram aqui, como sapatinhos de salto e essas roupas que deixam as meninas parecendo anãs.
Aproveito esse post para recomendar a leitura do blog da querida amiga Ivy, que entende tudo de moda infantil. É o bloguinho.
E viva criança vestida como criança!

14 janeiro 2011

Agora são as crianças que viajam sem a gente!

Vocês já repararam que o meu tema atual são as viagens, né? Primeiro contei da lua de mel de uma semana, sem as meninas. Depois, veio a viagem para Angra com as duas. E agora, as danadinhas viajaram sem a gente! Vejam se posso com essa independência? Claro que o coração da mãe fica super dividido. Uma parte está feliz com os 3 dias mais tranquilos que virão (não sei se contei que dei férias para a minha super babá. É, vejam que timing perfeito: férias da ajudante durante as férias das crianças!). Mas o outro ladinho do coração já está morrendo de saudades e olha que elas saíram há uma hora...
Ontem, o dia foi de preparativos. Fiz aquela mala caprichada, tentando não esquecer nada que elas pudessem precisar. Separei umas coisinhas que elas gostam de comer, o travesseiro de cada uma para que levem o cheirinho de casa...
Não tenho a menor dúvida de que elas vão se divertir um bocado, na praia com os avós, tios e primos. Serão mimadas (são as caçulas), poderão brincar o dia todo, comerão porcarias, enfim, o paraíso na terra. Mas sabem como é, né? Muitas vezes achamos que só nós, as mães, entendemos nossos filhos, essas criaturinhas tão complexas. Recomendei mil vezes para a minha filha mais velha que pedisse para ir ao banheiro, que dissesse quando está com fome, sono, etc. Ela ainda acorda de noite e muitas vezes vem parar na nossa cama. Claro que já fiquei pensando em como ela vai fazer estando longe da gente. Será que vai ficar angustiada ou vai se virar e achar uma cama alheia pra invadir? Com a pequena as preocupações são outras. Ela é uma criança bem maluquinha, vive aprontando e tem uma energia inesgotável, vai dar canseira em todo mundo por lá!
Resumo da ópera, quando elas voltarem vou achar que elas cresceram um monte - outra maluquice de mãe – e vou esmaga-las de tanto abraçar para matar a saudade! Enquanto isso, aproveito o silêncio da casa para ler, escrever e recarregar as baterias.

04 janeiro 2011

Viajar com criança

Acabamos de chegar de uma semana de férias com as meninas, em Angra. Bem, viajar com criança não é bem tirar férias, né? A bagunça começa na arrumação da mala. Haja tralha pra levar. Uma cota de brinquedos (incluindo bóias, baldes, e afins), alguns livrinhos, roupas de frio e calor porque o tempo está cada vez mais doido... Comida, porque é sempre bom garantir o que já sabemos que elas comem. O porta malas foi lotado. E todos os outros espaços do carro também. Chega a hora da estrada. O bom é que como minhas filhotas ainda são pequenas, em pouco tempo estão dormindo. Garante pelo menos umas 2 horas de sossego. Mas a viagem é longa e tivemos que parar para almoçar. Caos. Cada uma corre para um lado. Essas paradas grandes na estrada são cheias de atrativos: canecas de gosto duvidoso, quilos de bichos de pelúcia e toda a sorte de guloseimas coloridas. Conseguimos sentar na mesa, o garçom demora para atender, as meninas brigam pra ver quem senta no cadeirão e querem batata frita, claro. Come-se uma comida bem meia boca. Fila para pagar enquanto tentamos segurar as mãozinhas que querem pegar tudo. Ufa! Conseguimos colocá-las no carro. Seguimos pela estrada, mas agora elas estão bem acordadas e lá vamos nós cantando, inventando brincadeiras e torcendo pelo pozinho do pirlimpimpim. Não seria ótimo um teletransporte toda vez que tivéssemos que viajar com crianças? Oba! Chegamos! Descarrega toda a trecaiada embaixo de chuva. Abre a casa que a amiga querida gentilmente emprestou. Hora de fazer um reconhecimento do lugar. Vixi, tem varanda, tem um monte de taça, almofadas claras no sofá. Risco potencial de várias coisas se quebrarem. Resolvo tirar de circulação alguns objetos. Para outros serve o mantra “não mexe nisso!”. Claro, porque acho que as crianças tem que aprender a se comportar em qualquer ambiente e principalmente na casa dos outros. Se não, viram criaturas que não podem freqüentar. Ah, e essas não poderiam ser minhas filhas, não!
Mas nem tudo é sacrifício. O lugar é lindo, com uma vista maravilhosa. Criança e mar é uma combinação gostosa (santas boinhas!). E sair da rotina é bom. As crianças vão almoçar um pouco mais tarde, jantar macarrão quase todo dia (pra alegria delas), vão ficar de biquíni o dia todo. Os pais vão curtir a felicidade dos filhos, poder ficar junto, sem ter que sair pra trabalhar e serem recompensados com muitos carinhos e abraços. Uma hora elas dormem, exaustas, e podemos comer em paz, tomar nosso vinho apreciando a vista e o barulho do mar. Nesses momentos de convivência intensa é que percebemos como as crianças estão crescendo e se desenvolvendo. O saldo é positivo claro, só não dá pra chamar de descanso! De volta, o desafio me parece ainda maior. Como lidar com toda a energia da garotada em São Paulo, com chuva?

21 dezembro 2010

Mamãe o que é “o natal”?

Pois é, tive esse papo sério com a Teresa hoje. Porque até então ela achava que Natal era luzinha, brilho, papai Noel. Via a decoração natalina e falava “olha mamãe, ‘o natal’!”. Quando veio a pergunta, demorei alguns segundos para pensar no que responderia e mandei “natal é o aniversário de Jesus”. Porque de aniversário criança entende, né? É uma data muito importante para elas, tem festa, tem presente. “Quem é Jesus, mamãe?”, vixe, começou a complicar... “Jesus foi um homem que viveu há muito tempo, filha.” Antes que ela perguntasse mais coisas emendei “ele era um cara legal, já morreu, mas nós continuamos a comemorar o aniversário dele”. Por ora, ela se contentou.
Esse caso me fez pensar sobre o que devemos falar ou não para os nossos filhos. A verdade, claro. Mas algo que eles possam entender. Por sorte, ou por nunca termos reforçado esse aspecto, o natal para as minhas filhas ainda não está associado ao consumismo desenfreado, a comilança exagerada, nada disso. É apenas uma época em que a cidade fica mais enfeitada (cada ano mais over e brega...) e que rolam uns presentes. Mas escolhemos dar coisas que elas estejam precisando. Ainda não tem essa de pedir presente de natal, ufa! Como também aproveitamos para fazer aquela limpeza de final de ano, já rola um papo de separar o que não usam mais, dar para quem precisa, etc. E como gosto cada vez mais de reunir a família, não só nessa, mas em todas as datas possíveis (oficiais ou não), é isso que espero que elas aprendam. O natal é mais uma oportunidade para estarmos com as pessoas queridas.
Aos queridos todos, uma feliz reunião nesse natal!

13 dezembro 2010

Está aberta a temporada de férias, e agora?

Chegou! Hoje, é o primeiro dia das longas férias de verão. Para as crianças, claro. A mãe tem é trabalho dobrado nessa época do ano, que por si só já é um caos. Um milhão de eventos, compras de natal, trânsito infernal e calor, muito calor.
Tenho amigas arrancando os cabelos, pensando em como ocupar o dia da garotada. Quando eu era pequena, meus pais despachavam eu e meu irmão para a casa da vovó em Olinda e só voltávamos depois do carnaval. Delícia absoluta, época de subir no pé de manga, andar descalça e brincar com os primos. Como nem todos tem essa opção, o negócio é pesquisar cursos de férias (a maioria das escolas oferece, em janeiro), oficinas e programação cultural pela cidade. Mas sem enlouquecer, porque os pequenos tem direito ao ócio, a falta de horário e a quebra da rotina!
Revistas e jornais já estão divulgando atividades para essa época do ano, como a Veja SP. Mães amigas, força na peruca e boas férias para os nossos filhotes!

Catorze cursos para crianças que vão passar dezembro e janeiro em SP - VEJA SP

30 novembro 2010

Checklist da mãe que vai viajar

Compra gigante de supermercado para deixar a casa abastecida - ok
Lista com telefones para caso de emergência – ok
Farmácia - ok
Tias, dindas e avós acionadas – ok
Depilação, manicure – ok
Trabalhos finalizados - ok
Banco – ok
Roteiro de viagem - ok
Táxi para levar e buscar a filha na escola – pendente
Deixar instruções, por escrito, para a babá – pendente
Táxi para o aeroporto – ok
Mala – pendente
Bateria da máquina fotográfica - ok
Beijar e abraçar muito as filhas para não morrer de saudade – em curso

Faltam poucas horas para a primeira vez que vou passar uma semana longe das minhas filhas. A parte prática da viagem está toda resolvida, conforme o checklist acima. Organizar as coisas me ajuda a preparar o coração para a distância. Tenho certeza de que as meninas vão ficar super bem. Elas já tem uma programação intensiva para a semana, que inclui até acampamento na casa da avó com os primos. Vai ser uma farra!
Pra mim, vai ser ótimo também. Estou precisando de descanso! Sair da rotina, namorar o marido, ver coisas belas...
Agora, deixa eu ficar agarradinha com as minhas filhotas, fazendo um estoque do cheirinho delas!
Até a volta!

24 novembro 2010

A culpa nasce com a mãe

É fato, até eu me tornar mãe eu não sabia o que era culpa. Juro. Claro que eu achava que sabia. Por exemplo, tinha combinado um café com uma amiga que tinha acabado de levar um fora e desmarcava em cima da hora. Ficava me sentindo culpada. Mas, quando me tornei mãe, nossa, percebi na hora que tudo não passava de brincadeira perto da tal culpa materna. Esse sentimento toma conta da gente nos momentos mais banais, tipo: a criança dá um espirro. A mãe logo pensa: “putz, não devia ter lavado o cabelo dela hoje, deixei tomar sorvete, mãe má, mea culpa, mea máxima culpa”. Ou você, mãe amiga, está numa TPM monstra e sem paciência alguma com o filho: “como eu sou péssima, o que a criança tem a ver com os meus hormônios? Mea culpa, mea máxima”... A essas culpas cotidianas a mãe contemporânea ainda acrescentou outras mais existenciais. Que mulher hoje, não se sente culpada por passar muito tempo longe dos filhos, se dividindo entre suas várias funções? Ou seja, sentimos culpa por tudo e por nada, como se esse sentimento fosse parte indissociável da maternidade.
Fico tentando imaginar a origem disso. Tenho certeza de que virar mãe é um grande divisor de águas. Antes, por mais que você achasse que não, era você, seu umbigo e pouco mais. Quando nasce o filho você se torna responsável pelo ser mais precioso do mundo, aquele pelo qual você nutre um amor incondicional e por quem, de bom grado, daria a vida. O outro lado da moeda é a tal culpa. Se qualquer coisa dá errado, e muitas vão dar, é como se estivéssemos falhando no papel mais importante da nossa vida. Mas lembrem-se, fazemos sempre o melhor que podemos! É impossível poupar nossos filhos dos sofrimentos da vida, até porque eles têm que crescer.
Amigas, teremos que conviver com isso. Faz parte do pacote. Quando a próxima culpa lhe tomar de assalto, pare, respire, aceite e siga em frente!

18 novembro 2010

És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho

Hoje, minha filha caçula faz dois anos. Eu fico me perguntando como passou tão rápido. Outro dia ela estava dentro da minha barriga e agora corre pela casa, fala tudo e ano que vem vai pra escola. Não deveria ser uma surpresa, já que a primeira está maior ainda e mais independente. Mas é que mãe é mãe, né? Inevitável pensar que elas caminham rumo a independência. Ainda bem que a coisa é gradativa, a gente vai se acostumando, vai cortando o cordão umbilical de pouquinho em pouquinho: quando nasce, desmama, vai pra escola...
Quando virei mãe mudei totalmente minha vida profissional para poder ficar mais perto das pequenas e exercer o novo papel o mais plenamente possível. Não imaginava deixá-las num berçário, ou com uma babá o dia todo. Maravilhada com a maternidade, pensei: “vou ficar com elas enquanto elas quiserem ficar comigo”. Porque é fato, os filhos vão crescendo, precisando menos da proteção da nossa asa, até que chega a adolescência e, se bem me lembro, é oi e tchau! Durante esse processo, temos que nos adaptar as demandas das crianças, mas sem perder de vista que elas vão crescer! Isso significa não esquecermos, nem por um minuto, que ao nos tornarmos mães, não deixamos de ser um indivíduo. Temos que continuar alimentando nossos sonhos, cultivando as amizades, investindo em conhecimento. Porque acredito mesmo que quanto mais integras e felizes formos, melhores mães seremos.

Esse post é pra Julieta, que faz 2 anos hoje. Ela é super independente e uma garota de atitude! Aprendo com ela todos os dias da nossa vida. Filha, vai que o mundo é teu!

10 novembro 2010

A criança e o consumo

Elas fazem 3 anos e começam com um papo de compra isso, compra aquilo. Mamãe me dá isso, EU QUERO!
Eu mesma quando pequena achava que cheque era uma coisa mágica... Quando eu pedia alguma coisa e meu pai falava que não tinha dinheiro eu logo mandava: “dá cheque, ué!”. O similar de hoje é o cartão. E ainda tem caixa eletrônico. Imagina que coisa mágica para a criança uma máquina que você enfia um pedaço de plástico e solta dinheiro!
Pra piorar, nossas crianças estão inseridas em uma sociedade de consumo barra pesada. É só assistir a qualquer canal infantil para se impressionar com a quantidade de propaganda, de lançamento de brinquedo, de lanche que dá brinde, etc. Para os pais fica realmente difícil, com tanto apelo, manter o mantra “ser é melhor que ter”. Mas é muito importante iniciar essa educação financeira o quanto antes. Nossos filhos não podem crescer achando que vão morrer se não tiverem todos os desejos atendidos. E também vão valorizar muito mais seus brinquedos e objetos se souberem que nosso dinheiro não dá em árvore, que dá um trabalho danado (literalmente) para ganhar.
Por tudo isso, acho que temos que conversar abertamente com os pequenos sobre esse tema. Fazer acordos e combinados também vale. A criança pede uma coisa que viu na TV? Primeiro cabe aos pais avaliar se o produto é adequado e se a criança está precisando. Depois é partir para a negociação. Tem alguma data especial se aproximando? Deixe para dar nessa ocasião. Resgatar a importância de poupar também é muito legal. Tá valendo cofrinho de porquinho, poupança no banco, o que for. Assim elas começam a curtir já o processo: juntar dinheiro, esperar a tal data e então, que delícia, finalmente ganhar o presente! E por último, exemplo é tudo, né? Só podemos ensinar aquilo que praticamos.

03 novembro 2010

Viva o pai de hoje!

Eu acho um privilégio poder criar minhas filhas com a participação total do pai. Na verdade, eu já tive um pai assim. Quando meus pais se separaram eu tinha uns 4, 5 anos. Nos finais de semana que passávamos com o papai ele cuidava da gente, dava banho, fazia comida. Não esqueço dele preparando torta de frango para fazermos piquenique no parque Ibirapuera. Mas vamos combinar que hoje isso é muito mais comum do que na minha infância.
Até pouco tempo atrás o homem acreditava que seu papel como pai era o de chefe de família e provedor das coisas materiais. Ou seja, nascia o filho e era hora de trabalhar mais do que nunca para botar comida em casa, proporcionar estudo, lazer, etc. Trocar fralda, colocar pra dormir, ir na reunião da escola, tudo isso era papel da mãe, mesmo quando essa também trabalhava. Mas isso está mudando e hoje já tem pai que fica em casa cuidando dos filhos enquanto a mulher trabalha. Outro avanço é o fato de que em caso de separação, antes era óbvio que a criança ficasse com a mãe, mas hoje a guarda compartilhada é super comum. Ou seja, pais e mães tem os mesmos deveres na criação dos filhos e oportunidade de igual convivência com eles.
Os homens não só estão convivendo mais com os filhos como também estão se preocupando mais com a sua educação. Outro dia meu compadre estava falando de um texto da Roseli Sayão sobre limites. Achei tão legal que ele tivesse lido e estivéssemos ali conversando sobre o assunto! Assim como acho o máximo quando algum amigo homem comenta um post desse blog. Sem dúvida todos ganham com esse novo modelo de paternidade. As mães conseguem dividir a trabalheira física e emocional que é cuidar de criança, o pai pode desenvolver um vínculo muito mais profundo com a criança e a criança, essa ganha mais que todo mundo. Tem a oportunidade de ter uma criação muito mais equilibrada, recebendo o modo feminino e o masculino de educar e dar carinho.
Não posso terminar esse post sem reconhecer publicamente que o pai das minhas filhas é o máximo! O pai dele, mais tradicional, foi um provedor excelente, mas nunca trocou uma fralda na vida. Já o Ricardo, além de ser muito amoroso com as filhas é pai pra toda obra. Acorda cedo, dá café da manhã pras meninas, se precisar dá banho, cuida mesmo. A única coisa que ele não faz é escolher a roupa que elas vão usar. Mas isso é detalhe, né?

28 outubro 2010

Mãe de menina(s)

Quem é mãe de menina sabe. Lá pelos 3 anos elas ficam perdidamente apaixonadas pelo pai (sim, Freud explica). É bem na fase em que elas também estão vivendo no mundo encantado das princesas. Tudo é rosa, glitter e babado, de preferência juntos. Nas brincadeiras de faz de conta, elas são a Fiona, o pai o Shrek, ou são a Bela Adormecida e o príncipe Felipe. Claro que as mães entram na brincadeira. Sobra pra gente o papel do burro, da bruxa ou da feiticeira. É bem verdade que, depois que carreguei nas luzes californianas do meu cabelo e fiquei quase loira, ascendi socialmente e virei a rainha (aliás, esse tema rende outro post sobre o que anda no imaginário das nossas menininhas...). Eu não sei quanto dura essa fase, talvez a vida toda. Mas, para me sentir menos enciumada, lembro que eu também sempre fui enamorada pelo meu pai. E, como acho que escolhi um pai maravilhoso para as minhas filhas, me consolo acreditando que elas estão construindo um arquétipo masculino bacana. Isso vai ser muito útil quando a adolescência chegar - aquela época em que temos o dedinho podre e adoramos ficar com uns trastes, que nos fazem sofrer e chorar rios de lágrimas – porque elas saberão procurar um cara legal pra chamar de seu.
Mas eu ainda não desisti de ter o meu menininho não, viu? Quando ele tiver uns 5 anos, vai virar pra mim e perguntar: “mamãe, quando é que você vai se separar do papai e casar comigo, hein?”. Sim, uma amiga minha ouviu isso do filho.

21 outubro 2010

Criança com sono

Quem nunca foi uma criança chata com sono que atire o primeiro travesseiro! Gente, tem coisa mais irritante e irritada do que uma criança com sono?? E desde que nascem, os bichinhos lutam para não se entregarem aos braços de Morfeu. Por quê? Uma coisa tão boa dormir... Mal sabem elas que nunca mais na vida poderão dormir na hora em que der sono, isso é dádiva de criança. Para os nenéns bem pequenos a hora é conhecida como Ave Maria. Lá pelas 6 da tarde começam a chorar, chorar e só param no peito, ou no colo. E dá-lhe balançar o neném, ninar, cantar. Vão crescendo, mas a luta continua! Você percebe que o momento drama está chegando quando a criança fica beeem agitada. Faz birra, reclama de tudo. As vezes perdemos a paciência, damos uma bronca e a criança chora. Ou a criança está no auge da maluquice e se machuca, chora. Depois daquela chorada, elas finalmente dormem. Mas é óbvio que é muito melhor não entrar na pilha da criança, nem cair nas provocações. Eu, que nunca consegui seguir aqueles manuais que pregam que a criança deve chorar até dormir, para aprender a dormir sozinha, desenvolvi alguns truques. Rotina é fundamental! Vai dando a hora da Ave Maria a criança tem que tomar um banho, colocar o pijama e jantar. Mas, vejam bem, antes da fase crítica chegar. Tudo isso já vai sinalizando que o dia está acabando. Depois é escovar os dentes e ver um pouquinho de TV, escutar uma historinha... E muito importante! Nunca diga para a criança: “fulano, você está assim porque está com sono”. É a senha pro grito: “não tô NÃO!”. Minha filha de 3 anos pode estar caindo de sono, mas diz, “mamãe, eu vou só relaxar um pouquinho”. Aqui em casa a santa rotina tem dado certo e amigos se surpreendem com o fato das minhas filhas dormirem às sete e meia, oito da noite. Eu dou graças a Deus, porque, confesso, a essa hora minha paciência já está bem curta e eu quero mais é jantar com o meu marido, tomar um vinho, babar nelas dormindo como uns anjinhos e me preparar para um novo dia de correria. Como o de toda mãe contemporânea!

13 outubro 2010

Uma criançada dá menos trabalho do que uma criança

Minha mãe sempre defendeu a tese que dá título a esse post. Antes de ter filhos eu me perguntava como seria possível que um monte de crianças desse menos trabalho do que uma só. Pois foi só me tornar mãe para começar a perceber na prática essa matemática maluca. Quando tive minha primeira filha, e olha que ela foi única só por 1 ano e 9 meses, nem sempre fazíamos programas adaptados para crianças. Muitos amigos ainda não tinham filhos e muitas vezes ela era a única enfante do pedaço. Resultado, tinha que ter sempre um adulto, ou vários, e de preferência a mãe, dando atenção e brincando com ela. Quantas vezes me vi sentada no chão, exercendo essa função enquanto os outros adultos conversavam, bebiam e comiam? Já quando encontrávamos com nossos sobrinhos, nos eventos familiares, uma mágica acontecia: passávamos longos períodos sem ver nem ouvir a garotada.
Quando nasceu minha segunda filha, constatei também que o trabalho e os gastos aumentam mas não dobram. Veja só: a casa já está adaptada para crianças, as viagens são montadas pensando em diversão para toda a família e o time de ajudantes já está operando. A nova criança chega e já entra na rotina estabelecida. E aquela velha história de que onde comem 3 comem 4 é verdadeira. Não sei até onde essa progressão funciona já que só tenho duas filhas. Mas já estou no lucro porque, agora, está acontecendo uma coisa muito legal, as meninas já conseguem brincar juntas e se entreter sem a interferência de gente grande.
Nesse feriado, mais uma vez a conta fechou direitinho. Programamos encontros com amigos que tem filhos e no domingo, por exemplo, 7 crianças de variadas idades brincavam juntas numa boa enquanto os pais botavam os assuntos em dia.

08 outubro 2010

Por um Dia das Crianças diferente

Está chegando mais um dia das crianças e um frenesi toma conta das pessoas! Desde setembro estamos sendo massacrados pelo mercado publicitário. É lançamento de brinquedo, pacote de viagem, programas os mais diversos. Quase tudo envolve dindin, muito dindin. Fui ali dar uma pesquisada na origem da data. Parece que foi criada em 1920, por um político, mas só em 5 de novembro de 1924, através de um decreto, o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança. Tudo bem, até aí era uma homenagem aos miúdos. Mas em 1960, a fábrica de brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson decidiram fazer uma promoção para aumentar suas vendas (ahá!), lançando a “Semana do Bebê Robusto”. O resto vocês já sabem, né? Desde então, dia das crianças virou sinônimo de consumo. Com certeza nossos pequenos vão ganhar montes de coisas, porque, mesmo se não damos, tem sempre os tios, avós e amigos para presentea-las. Sem querer me alongar em discussões filosóficas, queria propor um dia das crianças diferente. A idéia é: para cada brinquedo novo que entrar, um sai. O mesmo vale para as roupas. Dá pra fazer como se fosse uma gincana bem animada! Acho um jeito ótimo de ensinar algumas coisas às crianças:
• organizar e arrumar os brinquedos e roupas;
• separar o que ainda serve e interessa;
• consertar o que tem conserto;
• treinar o desapego desde já, doando o que não usam mais.

Vamos lá?

07 outubro 2010

A vida secreta das crianças

Ontem, foi reunião de pais na Recreio, escola da Tetê, minha filha de 3 anos. Foi muito legal, encontramos outros pais, conversamos e ainda comemos uma pizza que as crianças tinham preparado especialmente para nós. Também pudemos ver os trabalhos que elas estão desenvolvendo, muitas fotos e vídeos. E assim descobrimos que elas tem todo um mundo do qual nós, pais, não fazemos parte! E não é uma questão de não querer participar, é um limite que a própria criança impõe. Eu me organizei para levar e buscar minha filha todos os dias na escola. Entro com ela, converso com as professoras e na saída sempre pergunto o que ela fez durante a tarde, muitas vezes a resposta é: “é segredo mamãe!”. Assistindo aos vídeos vejo uma menina bem mais independente e segura. Dá pra ver que as crianças de 3 anos já argumentam, respeitam combinados, fazem alianças com outras crianças para conseguir um objetivo. Ou seja, estão exercitando seu papel na coletividade. Estão virando cidadãos! No relato das professoras novas surpresas. Teresa, que em casa, só toma suco de uva, na escola prova outros sabores. Até suco de limão a danada toma! Outros pais também se surpreenderam com seus filhos. Eram comuns comentários do tipo “mas em casa ele não faz isso sozinho”, “eu não sabia que ela já lia o nome”, etc.
Claro que a reunião acabou e eu continuei matutando sobre o assunto. Acho muito positivo que as crianças possam ter o ambiente de casa, onde tem uma atenção mais exclusiva e se percebem como indivíduos, mas ao mesmo tempo, são bem mais mimadas. E acho fundamental o ambiente da escola, onde elas aprendem a compartilhar, atuar em grupo e tem menos espaço para manhas. Por isso é tão importante estabelecer uma parceria com a escola. Não devemos delegar o que é de nossa responsabilidade, mas temos que respeitar o trabalho desenvolvido nesse outro ambiente. E assim podemos continuar nos surpreendendo com os nosso filhotes e morrendo de curiosidade sobre suas vidas secretas!

04 outubro 2010

A importância de ter um tempo só pra você

Mães amigas, está provado que nós mulheres somos polivalentes. Ou seja, temos essa capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, e na maioria das vezes, sem prejuízo de qualidade. Agora mesmo, enquanto escrevo esse post, tenho uma filha no colo e outra me perguntando com que letra começa essa ou aquela palavra. Ufa! Essa habilidade tem nos feito conquistar cargos de chefia, dar conta de jornadas triplas (trabalho, casa, filhos) e faz parte da nossa vida. Mas, ás vezes, é preciso desligar o botão da divindade onipotente, onisciente e onipresente que nos habita para apenas sermos.
Acabei de fazer isso no fim de semana e foi muito bom. Desde que me tornei mãe, há 3 anos e meio, foi a primeira vez que viajei e passei duas noites fora. Recomendo muito! Durante dois dias pude ser um indivíduo que dorme 7 horas seguidas, come comida quente e na hora em que tem fome, não precisa ter resposta para tudo, pode ler e, principalmente, luxo dos luxos, não fazer nada! Ah, e aproveitei para namorar e conversar bastante com o meu marido, sem interrupções, concluindo frases e pensamentos, redescobrindo também como é ser um casal. É claro que fiquei com saudades das meninas, pensei em alguns momentos que seria legal que elas estivessem com a gente, coisa e tal. Mas, na maior parte do tempo, consegui curtir bastante e relaxar. Elas? Ficaram muito bem, obrigada! Quando voltei, encontrei-as saudáveis e felizes. Foram mimadas pela avó e pelos tios e tias, que adoraram a oportunidade de cuidar um pouco da nova geração da família. Para mim, foi um teste e um treino bem sucedido. Perceber que damos conta de desempenhar tantos papéis, sendo que o de mãe é dominante, não exclui a importância de nos cuidarmos e de alimentarmos nossa individualidade. Acho que isso nos faz até mães melhores.

01 outubro 2010

As crianças e esse mundo muderno


Correndo o risco de parecer uma mulher das cavernas, devo confessar que ainda fico espantada com a facilidade com que as crianças de hoje mexem no computador, no ipod, nos celulares. Parece que elas já nasceram sabendo um monte de coisas, ou como diz minha irmã, já vieram equipadas com um chip. Fico me perguntando se em algum momento isso vai criar um abismo entre nossas gerações. Será que vamos falar a mesma língua? Li outro dia, no caderno de informática da Folha, que antes o que separava uma geração da outra eram 10 anos. Agora, as tecnologias mudam tão rápido que dois anos já podem significar um generation gap. Como tenho a desculpa de ser geminiana, posso ficar dividida: um lado meu acha que é isso mesmo, que é um caminho sem volta e que temos que deixar a criançada usar e abusar das parafernálias todas. O outro tem dúvidas quase existenciais, tipo minhas filhas vão saber escrever à mão? Vão ter contatos interpessoais ou só virtuais? Porque é verdade que acho uma graça ver minha filha de 1 ano e 8 meses dominar um iphone, assim como fico toda derretida vendo a de 3 e meio tirar fotos incríveis com a máquina digital. Mas, quando eles crescem um pouco mais, e passam um aniversário inteiro jogando video game em vez de brincar, como presenciei outro dia, já acho meio muito, sabe? Qual será o caminho do meio nesse mundo muderno?
A propósito, as fotos que ilustram esse post foram tiradas pela Teresa, a filha de 3 e meio supracitada.