24 novembro 2010

A culpa nasce com a mãe

É fato, até eu me tornar mãe eu não sabia o que era culpa. Juro. Claro que eu achava que sabia. Por exemplo, tinha combinado um café com uma amiga que tinha acabado de levar um fora e desmarcava em cima da hora. Ficava me sentindo culpada. Mas, quando me tornei mãe, nossa, percebi na hora que tudo não passava de brincadeira perto da tal culpa materna. Esse sentimento toma conta da gente nos momentos mais banais, tipo: a criança dá um espirro. A mãe logo pensa: “putz, não devia ter lavado o cabelo dela hoje, deixei tomar sorvete, mãe má, mea culpa, mea máxima culpa”. Ou você, mãe amiga, está numa TPM monstra e sem paciência alguma com o filho: “como eu sou péssima, o que a criança tem a ver com os meus hormônios? Mea culpa, mea máxima”... A essas culpas cotidianas a mãe contemporânea ainda acrescentou outras mais existenciais. Que mulher hoje, não se sente culpada por passar muito tempo longe dos filhos, se dividindo entre suas várias funções? Ou seja, sentimos culpa por tudo e por nada, como se esse sentimento fosse parte indissociável da maternidade.
Fico tentando imaginar a origem disso. Tenho certeza de que virar mãe é um grande divisor de águas. Antes, por mais que você achasse que não, era você, seu umbigo e pouco mais. Quando nasce o filho você se torna responsável pelo ser mais precioso do mundo, aquele pelo qual você nutre um amor incondicional e por quem, de bom grado, daria a vida. O outro lado da moeda é a tal culpa. Se qualquer coisa dá errado, e muitas vão dar, é como se estivéssemos falhando no papel mais importante da nossa vida. Mas lembrem-se, fazemos sempre o melhor que podemos! É impossível poupar nossos filhos dos sofrimentos da vida, até porque eles têm que crescer.
Amigas, teremos que conviver com isso. Faz parte do pacote. Quando a próxima culpa lhe tomar de assalto, pare, respire, aceite e siga em frente!

3 comentários:

  1. Flor, segundo a Dani bem observou um dia desses (e curiosamente eu lembrei ontem) a culpa materna nasce até antes do bebê, com a constatação mesma da maternidade. vc recebe o resultado do exame e a segunda coisa que vc pensa (a primeira é !!!!!!!!!!!) é:
    "putz, bebi na semana passada!" ou coisa que o valha...
    Não estamos livres dela!
    beijos

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  2. Lembro de ter passado por essa situação nas duas gestações!! Antes de descobrir que estava grávida da Cuca, teve o aniversário da Dani, Alê, Ji e Dani e eu enchi a cara de prosecco! Pois é, Fran, a sementinha da culpa nasce junto com o "positivo"!

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  3. Nossa, achei perfeito o texto... A gente só achava mesmo que sabia o que era culpa, até ser mãe. Eu me sinto péssima várias vezes por causa dela, da culpa. Sei que não devia, sei que não é bem assim. Mas, sinto. Burrice or what? É mais forte que eu!!! hahaha Convivamos com ela, então.

    beeijos,
    Laís.

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