22 junho 2011

O que nos motiva a ter filhos?

Hoje, li a notícia de que nasceu, em Curitiba, o primeiro bebê gerado com o sêmem de um pai morto. A história é a seguinte: um casal estava tentando engravidar há 3 anos. O homem descobriu um câncer e, antes de iniciar o tratamento, congelou o sêmem. No início de 2010 ele faleceu e a mulher não desistiu da ideia de ter um filho dele. Mas, a Resolução 1.385, do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 1992, que trata da ética na utilização de técnicas de reprodução assistida, impedia que a inseminação artificial fosse feita, porque o homem não havia deixado uma autorização por escrito, dizendo que suas células poderiam ser utilizadas para esse fim. Bom, a mulher teve que provar, na justiça, que essa era a vontade dele em vida e assim conseguiu fazer o procedimento e deu à luz uma menina, no início da semana.
À parte toda a discussão ética, fiquei matutando sobre a motivação dessa mulher. Sim, ela queria ter um filho com aquele homem, estavam casados e tentando engravidar. Mas ele morreu e ela levou adiante o projeto. Colocou na menina o nome do pai e já declarou que a bebê é a cara dele. E, para mim, o mais assustador, disse que a filha significava um novo começo de vida para ela. Claro que comecei a pensar no que nos motiva a ter um filho. É justo com a criança que vai nascer já vir carregando o peso de ser um recomeço de vida para a mãe? Afinal, porque temos filhos?
Eu mesma, quando me pego com vontade de ter o terceiro filho (e as vezes ela vem muito forte, porque acho que filhos são a melhor coisa da vida), me faço essas perguntas. É uma decisão racional, ou um desejo que vem do coração? É um ato egoísta? Uma determinação biológica? Uma cobrança social??
No meu caso, que sempre quis ser mãe, mas sou bem racional, ter filhos pressupunha ter um companheiro muito legal, certa maturidade e estabilidade. E, quando nasceram minhas filhas, tive a certeza de que elas só poderiam ter sido fruto daquele relacionamento, daquele amor, daquele momento de vida. Mas me surpreendeu a demanda emocional que a maternidade traz. Quando desejo ter mais filhos logo penso se seria capaz de dar conta de mais um, de dar a atenção que essa criança merece. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão.

10 junho 2011

Trabalho novo, rotina nova

Tsc, tsc, tsc. Mais de um mês sem escrever nesse espaço tão querido. Não foi abandono nem pouco caso. Foi é muuuuuito trabalho. A vida deu uma daquelas guinadas e agora sou a nova editora do site da revista Pais & Filhos. Feliz da vida com o novo desafio e mais atenta do que nunca a todos esses temas que adoramos e fazem parte do nosso dia-a-dia. Mas vocês podem imaginar como a minha rotina mudou, né? Ainda estou me adaptando, minhas filhotas também. Agora, não dá mais para levar e buscar na escola todo dia, como sempre fiz. Nem levar no ballet, natação e yoga. Ou dar banho e almoço... Acompanhem a logística: venho para a editora de manhã cedo. Volto para casa na hora do almoço para engolir alguma coisa e pegar as meninas. Levo na escola. Deixo o carro num estacionamento perto do trabalho. O Rico sai correndo do trabalho às 17h e pega as gatinhas na escola. As deixa em casa e volta para o trabalho. Ufa, cansaram? Mas por enquanto é isso. Elas ainda são pequenas e não tenho coragem de colocá-las na perua escolar. Além disso, gastar a minha hora do almoço para levá-las na escola faz com que a saudade diminua um pouquinho. Depois é torcer para chegar em casa com elas ainda acordadas. Geralmente chego perto das 20h, corro para lavar a mão. Julieta logo diz "mamãe, você vai lavar a mão porque andou de 'ômbilus'?". Aí, ignorando a fome e o cansaço, vou ler histórinhas até elas dormirem. Depois, junto os caquinhos, vou preparar uma coisinha para comer com o Rico, contar as novidades do trabalho, repercutir notícias, etc. E lá se foi mais um dia. Mas, querem saber o resumo da ópera? Estamos nos saíndo super bem! Agora meu novo mantra é: qualidade é melhor do que quantidade. Fico menos com as meninas, mas aproveito cada segundo, com todo meu amor e minha atenção.