29 setembro 2010

Crianças light

Estou as voltas com questões de alimentação infantil, vide meu post anterior, falando sobre como as crianças de dois anos não comem e ontem, na academia, duas frases fizeram com que um alerta soasse na minha cabeça. Estava fazendo uma aula e comentei com uma colega que ela havia emagrecido. Ela então me disse que estava em um regime super rigoroso e logo depois soltou: “agora que eu e meu marido estamos de dieta, meu filho só quer tomar suco light, acredita?”. Não, não acredito! Detalhe, a criança em questão ainda não completou 4 anos. Depois, fui para o vestiário tomar banho e presencio a seguinte cena: uma menina, de 7, 8 anos, sobe na balança e pergunta “mãe, será que eu preciso emagrecer?”, a mãe dá uma olhada no visor e diz “é, um pouquinho, né?”. Gente, pra mim, a menina parecia absolutamente normal! Na hora, minha vontade era abraçar a criança e levar pra minha casa, juro. Resultado, passei o dia pensando sobre esses tempos malucos que estamos vivendo. Já basta a mídia mostrar o tempo todo que o bonito é ser magra, loira, blábláblá. Nós, mães, temos outro papel. Queremos filhos saudáveis, de bem com a vida e com a própria imagem? Então vamos mostrar que brincar e praticar uma atividade física é mais legal do que ficar vendo televisão e jogando video game. Também vamos ensiná-los a comer de forma equilibrada, com prazer e sem culpa! E, principalmente, não vamos passar as nossas neuroses para os pequenos. Não podemos esquecer que o exemplo é a melhor forma de educar. Se só falamos e pensamos em dietas, é claro que as crianças, que são umas esponjinhas, vão achar que esse é um tema que também lhes diz respeito. E é por isso que os consultórios estão cada vez mais cheios de crianças com disturbios alimentares como bulimia e anorexia.

27 setembro 2010

As crianças de dois anos não comem!

Você, mãe amiga, já deve ter passado por isso, ou vai passar. Seu bebê comia super bem, devorava as papinhas, lambia os beiços. Lá pelos dois anos começa a não querer isso, não querer aquilo, sendo que as principais vítimas são os alimentos verdes... Como se mantém trelando e cheio de energia é um mistério da natureza. E é nessa hora que todas nós viramos uma mãe à moda antiga. Ficamos desesperadas, afinal, criança saudável é criança gorda, cheia de dobrinhas, né?
Pois eu estou passando pelo calvário pela segunda vez. Sendo que a minha primeira filha não foi nem um bebê que comia bem. Uma vez, ela devia ter um ano e sete meses, eu já estava barrigudona da minha segunda filha, e ela teve uma gripe. Ficou 9 dias, eu disse 9!, em que o único alimento que entrava era um danoninho! Nem preciso dizer que quase enlouqueci. Se você está passando por isso, calma! Aqui vão algumas dicas que podem funcionar com o seu filho:
• Fazer as refeições em família, adultos e crianças juntos, criando um ritual para a hora da comida.
• Levar os pequenos ao supermercado e à feira para que se familiarizem com os alimentos. Dá trabalho, mas você pode falar sobre a origem dos alimentos, a cor, modos de preparo...
• Quando apresentar um alimento novo, oferecer à criança várias vezes, se num dia ela não quiser, pode aceitar em outro e aí, bingo!
• Deixe a criança explorar o alimento, sua textura, comer com as mãos. Faz parte do processo!
• Em casos mais radicais, se a criança já está na escolinha, deixá-la almoçar lá, com os amiguinhos, pode ser uma boa. Sabe com é, santo de casa não faz milagre e criança adora imitar outra. Vai que tem um amiguinho glutão, daqueles que comem até jiló?
Também passei por vários pediatras. Uma me disse que nenhuma criança com oferta de comida morre de inanição. Outro, esse se autodenominava o Hitler dos pediatras (medo!), disse que, se a criança não comer o prato de comida em 20 minutos, deve-se retirar o alimento e não dar n-a-d-a até a próxima refeição. Ou seja, nada de praticar a modalidade de almoço nômade, aquela em que ficamos correndo atrás da criança pela casa, até a comida já estar gelada. E a terceira, que me pareceu mais razoável e estou com ela até hoje, acolheu minha preocupação, mas me fez ver que o mais importante nossas crianças têm de sobra, amor. É isso, aos dois anos elas se alimentam de amor!

24 setembro 2010

Fim de semana chuvoso + crianças = mãe maluca

Pois é, meu povo, parece que teremos um fim de semana de chuva em São Paulo... Mas vejam bem, não é porque São Pedro resolveu desaguar (até agradecemos, pro ar ficar mais limpinho, né?) que nossas crianças terão menos energia para gastar. Então, bora lá pensar em programas legais e abrigados!
Eu já tinha ouvido falar do Aquário de São Paulo, mas nunca tinha ido. Resolvemos a questão no fim de semana passado. Minhas filhas adoraram. A diversidade de espécies é bem grande, tem até tubarão e pinguim! Uma parte meio bizarra é a dos dinossauros, mas com grande potencial para agradar a molecada. Acho que diverte crianças de várias idades e até os pais. Outra opção bacana é conferir a programação dos SESCs. Fico impressionada com a qualidade e variedade de opções. São exposições, oficinas, shows e peças teatrais. E tem unidades espalhadas por todo o Brasil. Se for cair num shopping, pelo menos que seja para levar os pequenos ao teatro ou ao cinema. Se ainda não viram, recomendo muito o filme Ponyo, Uma amizade que veio do mar. É do mesmo diretor de A viagem de Chihiro. Lindo, poético e emocionante. Amigas mães de outros estados, sintam-se em casa para passar suas dicas também! Um beijo e bom fim de semana de chamego com as crias e os queridos.

23 setembro 2010

Ter filhos é como fazer uma tatuagem no rosto

O dia hoje amanheceu especial. É primavera para todo mundo e no meu universo mais particular é aniversário do Ricardo, meu marido. Fizemos um café da manhã gostoso, com bolo e as nossas filhotas cantando parabéns. O aniversariante, que é crítico de cinema, tinha que assistir a uma cabine (sessão de um filme, feita antes de sua estréia, para jornalistas) e fui junto. O filme era "Comer, Rezar, Amar", baseado no livro de Elizabeth Gilbert. Pra quem não leu o livro, um parênteses com um resuminho. Quando a autora completou 30 anos, tinha o pacote completo que a mulher americana moderna, bem-educada e ambiciosa deveria querer: um marido, uma casa de campo, uma carreira de sucesso. Para todo mundo o passo natural seria ter filhos, mas ela não se sentia feliz. Pediu o divórcio, caiu em depressão e passou um ano viajando ao redor do mundo em busca de equilíbrio. Fecha parênteses. Logo no começo do filme, Elizabeth, interpretada pela Julia Roberts, está com uma amiga que tem um bebê e lhe pergunta como ela descobriu que queria ser mãe. A amiga lhe mostra uma caixa que tem embaixo da cama, com vários objetos referentes ao mundo da maternidade, livros, artigos e roupinhas (eu era assim!). Está claro que ela sempre sonhou com isso. Na sequência, diz: "ter filhos é como fazer uma tatuagem no rosto". Saí da sessão refletindo sobre isso. Sim, filho é para sempre, não podemos enjoar, desistir, largar. Há que ter coragem, vontade e segurança para ter. Não existe ex-mãe. Pelo menos hoje em dia, nós mulheres, temos a liberdade de optar por ter ou não filhos. As que decidem não ter ainda enfrentam estranhamento, muitos esperam o tal do pacote completo "quem casa, quer casa, quer filhos". Mas é cada dia mais comum mulheres que bancam a decisão. E não será o mundo um lugar muito melhor quando só por vontade e por amor nascerem crianças?

22 setembro 2010

A mãe e seus ajudantes

Está lá a rodinha de mães conversando na festinha. Daqui a pouco uma pergunta: “alguém tem uma babá pra me indicar???” Comigo, acontece direto! Aliás, acho que a mãe contemporânea está sempre trocando esse tipo importantíssimo de informação. Claro, porque para continuarmos trabalhando, produzindo, freqüentando, precisamos de gente para nos ajudar. Foi-se o tempo em que as avós ficavam com as crianças. Hoje, e esse é o meu caso, as avós trabalham e têm vida social. No máximo quebram um galho no fim de semana, quando combinamos com bastante antecedência pra não atrapalhar nenhum programa. E aí surge a figura da babá. Confesso que já mudei muito de opinião a esse respeito. Quando nasceu minha primeira filha, eu cuidava dela sozinha. Já tinha passado de uma faxineira, duas vezes por semana, para uma empregada que ia todos os dias, mas ela ficava só até as 4 da tarde. E eu não deixava ela fazer nada para a minha filha, achava que não podia delegar os cuidados àquele ser tão precioso. Eu ia na feirinha de orgânicos, fazia a comida, dava banho, trocava. Levava ela para todos os lugares, do supermercado à obra da loja que ia abrir. A bichinha vivia dentro do carro pra cima e pra baixo. Quando engravidei da segunda, eu já tinha aberto a loja da Mini Humanos e logo percebi que ia ter que incrementar o esquema de ajudantes. Ainda assim, só quando ela fez dois meses contratei outra empregada. Detalhe, nenhuma das duas dormia. Depois de uns meses, vencida pelo cansaço, me rendi, e uma delas passou a dormir. E estamos assim até hoje. E vou contar pra vocês que durante o tempo que estou em casa, mesmo com duas ajudantes, não paro um minuto. Certamente não vão me encontrar na chaise long, tomando um drinque e lendo um livro. É mais provável que eu esteja mesmo é dando comida pra uma ou banho na outra, ou contando historinha. Porque criança dá trabalho sim, braçal, mental e emocional! Hoje, acho super normal contar com essa ajuda. Acho que isso me torna uma mãe melhor, mais paciente. Além do que, é essencial poder dar uma saidinha com o marido, encontrar as amigas pra botar o papo em dia... Mas é claro que nem todo mundo pode pagar por essa ajuda, ou tem espaço em casa pra acolher mais essa figura (tenho uma amiga que teve que desfazer o escritório para servir de quarto pra empregada). Com as questões filosóficas também muito me debati, sei que só ainda em países como o Brasil, com seu passado escravocrata, é que temos a figura da empregada que dorme. Mas, aí minha gente, entra o bom senso, a carteira de trabalho assinada e o respeito por esse profissional. No meu caso um agradecimento muito especial à Dedi e à Cléo, minhas superajudantes!

Parte prática do post gigante. Como fazer para encontrar uma boa babá ou empregada? Bom, se você não tem indicação de uma amiga, o mais seguro é recorrer a uma agência. Claro que não é garantia absoluta, mas elas entrevistam ex-patrões, pesquisam antecedentes criminais e algumas até oferecem cursos de capacitação. O trabalho deles é separar algumas profissionais com o perfil procurado, para que você entreviste. Durante o processo de seleção use a intuição, ela existe! Se o santo bater, você pagará à agência o equivalente a um salário e terá 3 meses de experiência antes de assinar a carteira de trabalho. Se no dia a dia a coisa não rolar, a agência encaminha outra pessoa. Conheço a Prendadas e a Prendas Domésticas. Mas existem outras por aí. Para isso também vale a indicação de outra mãe amiga!

21 setembro 2010

Essa é a casa da Flor

Desde que o mundo é mundo as mulheres se reúnem para trocar idéias, receitas, falar, reclamar da vida e se apoiar mutuamente. Imagina lá na época em que éramos nômades, os homens saíam para caçar e nós devíamos ficar em volta da fogueira, grávidas, ou amamentando, ou cuidando dos filhos. Durante todo o tempo devíamos falar muito, né? Hoje, continuamos fazendo isso ao vivo, graças a Deus, mas como a mãe contemporânea também tem que sair pra caçar, nosso tempo ficou mais escasso para o téte-a-téte e ganhamos um novo espaço, que é o mundo virtual. Daí resolvi materializar esse blog, que começou a ser escrito mentalmente, quando me tornei mãe. A experiência mais complexa da vida e que, ao mesmo tempo, me traz as questões mais banais, diariamente. Sim, porque nos tornamos mães, mas não deixamos de ser profissionais, mulheres, amigas, donas de casa, esposas, filhas. O tempo parece pouco pra tanta coisa e o coração pequeno pra tanto amor.
Esse espaço é pra você que compartilha essa jornada. Mãe, pai, ou mesmo quem só tem sobrinho, filho de amigo... É pra discutir a lei da cadeirinha e também trocar dicas sobre aquele restaurante super legal pra levar criança. Resolvi compartilhar de forma mais organizada o que já venho fazendo informalmente há tempos. Como sou sócia de uma das lojas da Mini Humanos e sócia fundadora do Circuito Vilinha, venho conversando e trocando experiências sobre a maternidade cotidianamente. Conheço pessoas e histórias incríveis. Não sou especialista em nada, mas mergulhei nesse universo e sou apaixonada por ele. Entre e fique a vontade, essa é a casa da Flor.
Agradecimentos mais do que especiais:
Ao Ricardo Calil, meu marido e pai maravilhoso, que batizou o blog.
E à Clarice, minha irmã caçula querida, que fez a cara dele.