13 março 2012

Duas filhas mulheres. Ufa, nasceram no Brasil!

Outro dia, estava conversando com uma amiga querida sobre alguns livros que tratam de mulheres. Lembramos de uma ficção sobre haréns, mas baseada em fatos reias, da biografia de Ayaan Hirsi Ali (Infiel), que conta a vida da somaliana, que entre mil outras coisas, passou pela excisão do clitóris (sem anestesia), e Cisnes Selvagens, de Jung Chang, que trata de 3 gerações de mulheres chinesas, no século XX.
No meio do papo, me peguei agradecendo profundamente o fato das minhas duas filhas terem nascido no Brasil de hoje. Olha, isso ficou martelando na minha cabeça, e fiz questão de deixar passar o dia das mulheres para tocar no assunto. Porque sei que ainda temos milhares de problemas como desigualdade salarial e violência, para ficar só no básico. Mas, que alívio, e a palavra é essa, é ter tido minhas filhas em um país e em uma sociedade em que elas são bem vindas! O pai, demonstra a todo momento como se sente afortunado por ter filhas mulheres e chega a dizer que estas são melhores para o mundo. Muito diferente de países em que, se a gestação de uma menina vai adiante (sim, porque é comum em muitas culturas abortarem meninas), ao nascer ela está fadada a ser um pessoa de segunda classe. Será maltratada pelos pais, pelos irmãos, depois pelo marido. Já pensou passar a vida de burca??? E sofrer mutilações, agressões e humilhações apenas e simplesmente por ser mulher?? Eu, hein!
Mil vezes estar em um país como o nosso. E que nós mulheres, e todos os homens que amam e respeitam as mulheres, continuemos lutando pela igualdade possível que é a dos direitos. Porque no mais somos diferentes mesmo. Adoro ter filhas mulheres (e sempre pensei que ia ter meninos, vai entender...) e não vou aceitar jamais que elas sofram qualquer violência. E tenho dito!