30 novembro 2010

Checklist da mãe que vai viajar

Compra gigante de supermercado para deixar a casa abastecida - ok
Lista com telefones para caso de emergência – ok
Farmácia - ok
Tias, dindas e avós acionadas – ok
Depilação, manicure – ok
Trabalhos finalizados - ok
Banco – ok
Roteiro de viagem - ok
Táxi para levar e buscar a filha na escola – pendente
Deixar instruções, por escrito, para a babá – pendente
Táxi para o aeroporto – ok
Mala – pendente
Bateria da máquina fotográfica - ok
Beijar e abraçar muito as filhas para não morrer de saudade – em curso

Faltam poucas horas para a primeira vez que vou passar uma semana longe das minhas filhas. A parte prática da viagem está toda resolvida, conforme o checklist acima. Organizar as coisas me ajuda a preparar o coração para a distância. Tenho certeza de que as meninas vão ficar super bem. Elas já tem uma programação intensiva para a semana, que inclui até acampamento na casa da avó com os primos. Vai ser uma farra!
Pra mim, vai ser ótimo também. Estou precisando de descanso! Sair da rotina, namorar o marido, ver coisas belas...
Agora, deixa eu ficar agarradinha com as minhas filhotas, fazendo um estoque do cheirinho delas!
Até a volta!

24 novembro 2010

A culpa nasce com a mãe

É fato, até eu me tornar mãe eu não sabia o que era culpa. Juro. Claro que eu achava que sabia. Por exemplo, tinha combinado um café com uma amiga que tinha acabado de levar um fora e desmarcava em cima da hora. Ficava me sentindo culpada. Mas, quando me tornei mãe, nossa, percebi na hora que tudo não passava de brincadeira perto da tal culpa materna. Esse sentimento toma conta da gente nos momentos mais banais, tipo: a criança dá um espirro. A mãe logo pensa: “putz, não devia ter lavado o cabelo dela hoje, deixei tomar sorvete, mãe má, mea culpa, mea máxima culpa”. Ou você, mãe amiga, está numa TPM monstra e sem paciência alguma com o filho: “como eu sou péssima, o que a criança tem a ver com os meus hormônios? Mea culpa, mea máxima”... A essas culpas cotidianas a mãe contemporânea ainda acrescentou outras mais existenciais. Que mulher hoje, não se sente culpada por passar muito tempo longe dos filhos, se dividindo entre suas várias funções? Ou seja, sentimos culpa por tudo e por nada, como se esse sentimento fosse parte indissociável da maternidade.
Fico tentando imaginar a origem disso. Tenho certeza de que virar mãe é um grande divisor de águas. Antes, por mais que você achasse que não, era você, seu umbigo e pouco mais. Quando nasce o filho você se torna responsável pelo ser mais precioso do mundo, aquele pelo qual você nutre um amor incondicional e por quem, de bom grado, daria a vida. O outro lado da moeda é a tal culpa. Se qualquer coisa dá errado, e muitas vão dar, é como se estivéssemos falhando no papel mais importante da nossa vida. Mas lembrem-se, fazemos sempre o melhor que podemos! É impossível poupar nossos filhos dos sofrimentos da vida, até porque eles têm que crescer.
Amigas, teremos que conviver com isso. Faz parte do pacote. Quando a próxima culpa lhe tomar de assalto, pare, respire, aceite e siga em frente!

18 novembro 2010

És um senhor tão bonito, quanto a cara do meu filho

Hoje, minha filha caçula faz dois anos. Eu fico me perguntando como passou tão rápido. Outro dia ela estava dentro da minha barriga e agora corre pela casa, fala tudo e ano que vem vai pra escola. Não deveria ser uma surpresa, já que a primeira está maior ainda e mais independente. Mas é que mãe é mãe, né? Inevitável pensar que elas caminham rumo a independência. Ainda bem que a coisa é gradativa, a gente vai se acostumando, vai cortando o cordão umbilical de pouquinho em pouquinho: quando nasce, desmama, vai pra escola...
Quando virei mãe mudei totalmente minha vida profissional para poder ficar mais perto das pequenas e exercer o novo papel o mais plenamente possível. Não imaginava deixá-las num berçário, ou com uma babá o dia todo. Maravilhada com a maternidade, pensei: “vou ficar com elas enquanto elas quiserem ficar comigo”. Porque é fato, os filhos vão crescendo, precisando menos da proteção da nossa asa, até que chega a adolescência e, se bem me lembro, é oi e tchau! Durante esse processo, temos que nos adaptar as demandas das crianças, mas sem perder de vista que elas vão crescer! Isso significa não esquecermos, nem por um minuto, que ao nos tornarmos mães, não deixamos de ser um indivíduo. Temos que continuar alimentando nossos sonhos, cultivando as amizades, investindo em conhecimento. Porque acredito mesmo que quanto mais integras e felizes formos, melhores mães seremos.

Esse post é pra Julieta, que faz 2 anos hoje. Ela é super independente e uma garota de atitude! Aprendo com ela todos os dias da nossa vida. Filha, vai que o mundo é teu!

10 novembro 2010

A criança e o consumo

Elas fazem 3 anos e começam com um papo de compra isso, compra aquilo. Mamãe me dá isso, EU QUERO!
Eu mesma quando pequena achava que cheque era uma coisa mágica... Quando eu pedia alguma coisa e meu pai falava que não tinha dinheiro eu logo mandava: “dá cheque, ué!”. O similar de hoje é o cartão. E ainda tem caixa eletrônico. Imagina que coisa mágica para a criança uma máquina que você enfia um pedaço de plástico e solta dinheiro!
Pra piorar, nossas crianças estão inseridas em uma sociedade de consumo barra pesada. É só assistir a qualquer canal infantil para se impressionar com a quantidade de propaganda, de lançamento de brinquedo, de lanche que dá brinde, etc. Para os pais fica realmente difícil, com tanto apelo, manter o mantra “ser é melhor que ter”. Mas é muito importante iniciar essa educação financeira o quanto antes. Nossos filhos não podem crescer achando que vão morrer se não tiverem todos os desejos atendidos. E também vão valorizar muito mais seus brinquedos e objetos se souberem que nosso dinheiro não dá em árvore, que dá um trabalho danado (literalmente) para ganhar.
Por tudo isso, acho que temos que conversar abertamente com os pequenos sobre esse tema. Fazer acordos e combinados também vale. A criança pede uma coisa que viu na TV? Primeiro cabe aos pais avaliar se o produto é adequado e se a criança está precisando. Depois é partir para a negociação. Tem alguma data especial se aproximando? Deixe para dar nessa ocasião. Resgatar a importância de poupar também é muito legal. Tá valendo cofrinho de porquinho, poupança no banco, o que for. Assim elas começam a curtir já o processo: juntar dinheiro, esperar a tal data e então, que delícia, finalmente ganhar o presente! E por último, exemplo é tudo, né? Só podemos ensinar aquilo que praticamos.

03 novembro 2010

Viva o pai de hoje!

Eu acho um privilégio poder criar minhas filhas com a participação total do pai. Na verdade, eu já tive um pai assim. Quando meus pais se separaram eu tinha uns 4, 5 anos. Nos finais de semana que passávamos com o papai ele cuidava da gente, dava banho, fazia comida. Não esqueço dele preparando torta de frango para fazermos piquenique no parque Ibirapuera. Mas vamos combinar que hoje isso é muito mais comum do que na minha infância.
Até pouco tempo atrás o homem acreditava que seu papel como pai era o de chefe de família e provedor das coisas materiais. Ou seja, nascia o filho e era hora de trabalhar mais do que nunca para botar comida em casa, proporcionar estudo, lazer, etc. Trocar fralda, colocar pra dormir, ir na reunião da escola, tudo isso era papel da mãe, mesmo quando essa também trabalhava. Mas isso está mudando e hoje já tem pai que fica em casa cuidando dos filhos enquanto a mulher trabalha. Outro avanço é o fato de que em caso de separação, antes era óbvio que a criança ficasse com a mãe, mas hoje a guarda compartilhada é super comum. Ou seja, pais e mães tem os mesmos deveres na criação dos filhos e oportunidade de igual convivência com eles.
Os homens não só estão convivendo mais com os filhos como também estão se preocupando mais com a sua educação. Outro dia meu compadre estava falando de um texto da Roseli Sayão sobre limites. Achei tão legal que ele tivesse lido e estivéssemos ali conversando sobre o assunto! Assim como acho o máximo quando algum amigo homem comenta um post desse blog. Sem dúvida todos ganham com esse novo modelo de paternidade. As mães conseguem dividir a trabalheira física e emocional que é cuidar de criança, o pai pode desenvolver um vínculo muito mais profundo com a criança e a criança, essa ganha mais que todo mundo. Tem a oportunidade de ter uma criação muito mais equilibrada, recebendo o modo feminino e o masculino de educar e dar carinho.
Não posso terminar esse post sem reconhecer publicamente que o pai das minhas filhas é o máximo! O pai dele, mais tradicional, foi um provedor excelente, mas nunca trocou uma fralda na vida. Já o Ricardo, além de ser muito amoroso com as filhas é pai pra toda obra. Acorda cedo, dá café da manhã pras meninas, se precisar dá banho, cuida mesmo. A única coisa que ele não faz é escolher a roupa que elas vão usar. Mas isso é detalhe, né?