29 fevereiro 2012

A beleza está na diversidade

Uma das coisas de que mais gosto na maternidade é o quanto aprendo com ela. É um aprendizado diário, às vezes gostoso, às vezes um pouco sofrido, mas sempre importante.
Nada me ensinou mais sobre diversidade (e respeito à ela) do que ser mãe de Teresa e Julieta. Lembro de que quando eu estava grávida da Tetê, umas das coisas que mais me deixava curiosa era saber como ela seria. Como seria a misturinha entre eu e o Rico. Como é que esses genes e personalidades tão diferentes iriam se combinar, gerando um terceiro ser. Era uma piração deliciosa e um exercício de adivinha inútil. Quando ela nasceu, com cheirinho de shiitake na cabeça (sim, o cogumelo), lembro do espanto de ver aquele rosto, totalmente desconhecido. Na hora o Rico falou "ela parece com o seu pai". (Aqui um parênteses: minha mãe sempre falou que o bebê nasce com a cara de alguém mais velho da família. Vai saber...). Logo depois do parto, Tetê chorava bem baixinho, como num lamento. E assim foi, um bebê sempre mais para o calmo, uma criança contemplativa, concentrada, muito sociável e doce. Suave.
Quando Teresa estava com 1 ano, me descobri grávida de novo, meio no susto. Logo descobrimos que viria mais uma menina. Foi inevitável passar a gravidez toda imaginando uma Tetê 2. Afinal, não era esse o resultado da mistura? Tudo caiu por terra às 5h58 do dia 18/11/2008. Quando dei à luz um serzinho vermelho, muito vermelho, que chorava à plenos pulmões, sem nenhuma discrição. Olhei seu rosto e não reconheci. Como assim ela não parece com a irmã? Pos é, elas não têm nada em comum, nem na aparência e nem na personalidade. Cuca (como chamamos Julieta) sempre foi um bebê espivitado que fez tudo cedo: andou, falou, tirou a fralda e a chupeta. Tem pressa, não para quieta. Intensa!
Mas digo para vocês que assim é que foi bom. Aprendi a tratar cada uma como um indivíduo. E daí que são duas meninas, filhas do mesmo pai e da mesma mãe, com apenas 1 ano e 9 meses de diferença de idade? Uma precisa de firmeza, a outra de suavidade. Tive que rever o conceito de justiça que eu tinha. Se eu faço para uma, tenho que fazer igual para a outra? Não necessariamente. É claro que os princípios para educá-las são os mesmos, muda o jeito, a forma. E é rico, é diverso, ensina e me faz uma pessoa mais sensível.

07 fevereiro 2012

Escola nova

Teresa e Julieta começaram ontem na escola nova. Decidimos colocá-las em uma escola perto de casa, fundamental em São Paulo, e que vai até o colegial.
No ano passado, quando decidimos pela mudança, fomos orientados a não ficar falando muito com as meninas sobre isso. Afinal, para as crianças, o tempo passa diferente. Imaginem a ansiedade esperando um evento que vai acontecer daqui a 6 meses? Aliás, o que são 6 meses para quem ainda não tem exata noção do que seja ontem e hoje?
Mas, é claro, fomos preparando a transição. Sair de uma escola pequena, que a Tetê frequentava desde 1 ano e Julieta desde os 2, para uma escola bem grande é uma mudança e tanto. Na escolinha em que estavam tudo era mais caseiro, desde o lanche até as instalações. As classes eram menores, com poucos alunos e confesso que isso me dava bastante segurança. Que mãe não quer que seu filhote seja tratado com toda a atenção e carinho? Ainda mais quando são pequenos.
Mas, aí é que está. As crianças crescem e começam a demandar novas experiências, desafios e outras formas de cuidado. Então, chegou a hora. E dá-lhe planejamento para fazer tudo da forma mais tranquila possível!
Julieta, que tem um vocabulário incrível, mas dificuldade em falar alguns vocábulos foi fazer fono. Eu ficava com o coração apertado imaginando ela tentando se comunicar na escola nova e ninguém entendendo. Mais, pensava que isso poderia atrapalhar sua adaptação, fazê-la ficar tímida e envergonhada (para quem a conhece, inimaginável!).
Com a Teresa, que é super safa e sociável, minha preocupação era outra. Ela estava há 4 anos com a mesma turminha. Uma criançada que ficou tão amiga que terminou por juntar as mães também. Uma mulherada animada, com bom papo e que adoro. Aqui, um parênteses: eu também estava sofrendo com essa mudança... Não queria que Tetê deixasse de conviver com os amigos e também queria continuar fazendo parte do grupo das mães.
Para resolver essas questões de ordem afetiva, fizemos uma grande festa de aniversário para Teresa e Julieta e convidamos todos os amiguinhos da escola e seus pais. Foi como uma despedida alegre. Tetê também quis fazer um retrato de cada colega e no verso coloquei nossos contatos.
Já no começo do ano chegou a hora das meninas conhecerem a nova escola. A visita foi ótima, elas ficaram admiradas com tanto espaço e com um guarda-roupa cheio de fantasias. Depois, só falavam nisso. Aproveitei o mês de janeiro para envolvê-las nos preparativos, compra da lancheira, escolha do lanche, etc.
Até que o grande dia chegou! Ontem, fui levá-las e começamos a adaptação. Adaptação que nada! Elas saíram correndo, queriam conhecer logo os colegas e as professoras. Ficaram super bem, Julieta só 2 horas e Tetê já o período inteiro. Hoje, faremos o mesmo esquema. Estou feliz por poder estar lá com elas. Já conheci algumas mães bem legais. Sinto firmeza no projeto pedagógico da escola e estou segura de que escolhemos bem. Claro, ainda é lua de mel. Mas tudo começou muito bem.