06 maio 2011

Uma reflexão sobre o Ser Mãe nos dias de hoje

Outro dia Tetê, minha filhota de 4 anos, acordou de madrugada com uma febre misteriosa. Medimos a temperatura: 38.5. Enquanto fiquei com ela no colo, pedi para o Rico ir buscar o antitérmico. Dei o remédio e comecei a perguntar o que ela estava sentindo, se doía algum lugar e disse que logo, logo ela ia se sentir melhor, ao que ela responde: “mamãe, você é um pouco médica, né?”. Além de achar muito fofo o comentário, fiquei pensando no tanto de habilidades que desenvolvemos com a maternidade. Sim, toda mãe é um pouco médica, motorista, boleira, estilista. E toda mãe queria ser mais do que médica, queria ser milagrosa, para evitar doenças ou qualquer sofrimento dos filhos. Ainda não chegamos lá, mas estar perto dos filhos e dar muito amor e carinho cura um monte de coisas sim!
Tenho refletido e conversado muito sobre o ser mãe. Vocês sabem, me é um tema tão querido que até fiz esse blog. Mas com a proximidade de mais um dia das mães - que como dia da mulher é todo santo dia – as reflexões ficam mais profundas. Qual é o lugar da mãe na sociedade de hoje? A mulher conquistou muito, seja no mercado de trabalho, na liberdade de ir e vir, casar, separar, ter ou não filhos. É mais dona do seu nariz, sem dúvida. Mas, quando vira mãe, surgem vários conflitos que põe em cheque todas essas conquistas. Queremos mesmo trabalhar 10 horas por dia e deixar as crianças com a babá ou no berçário? Queremos voltar a trabalhar tão rápido para batalhar por aquela promoção quando temos um bebê fofinho nos esperando em casa? Queremos em seis meses estar com o corpo super em forma como se não tivéssemos acabado de carregar um barrigão?
Teve uma geração importantíssima de mulheres que batalhou por muita coisa e sou filha dessa geração. Foi bem nessa época que surgiu o leite ninho, por exemplo. Sabem qual propaganda estava por trás? Mulheres, pra que ficar em casa amamentando? E a independência recém conquistada? Pra isso temos o alimento perfeito para o seu bebê... Como o mundo dá voltas, a mulherada hoje em dia está resgatando um monte de práticas da época da vovozinha: não abre mão de amamentar, vai na feira orgânica comprar legumes para fazer a papinha, resolve mudar de trabalho para estar mais próxima dos filhos. Eu tô nessa e muitas amigas também. Tem um preço, claro. Alguma dependência financeira, um olhar meio atravessado de pessoas que não reconhecem a trabalheira que é cuidar de filhos, o adiamento de algumas realizações profissionais. Mas eu acho o saldo pra lá de positivo. Minhas filhas vão ficar cada vez mais independentes e eu vou ter muito tempo para outras realizações pessoais. O que não volta é essa primeira infância delas que tenho curtido bem de perto e que me faz uma mãe muito feliz!

2 comentários:

  1. florzinha, master blaster apoiado.
    está na hora de mais uma revolução feminina: pelo direito de se dedicar exclusivamente a ser mãe durante algum tempo.
    pq o que um dia foi a conquista de um direito - o de ter uma carreira e competir de igual para igual com os homens - virou uma obrigação, parece, né?
    um bjão.

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  2. Aninha, bem que você poderia ser uma das líderes dessa revolução! Acho lindo ver como você mergulhou nessa gestação!
    Beijocas

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