Hoje, li a notícia de que nasceu, em Curitiba, o primeiro bebê gerado com o sêmem de um pai morto. A história é a seguinte: um casal estava tentando engravidar há 3 anos. O homem descobriu um câncer e, antes de iniciar o tratamento, congelou o sêmem. No início de 2010 ele faleceu e a mulher não desistiu da ideia de ter um filho dele. Mas, a Resolução 1.385, do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 1992, que trata da ética na utilização de técnicas de reprodução assistida, impedia que a inseminação artificial fosse feita, porque o homem não havia deixado uma autorização por escrito, dizendo que suas células poderiam ser utilizadas para esse fim. Bom, a mulher teve que provar, na justiça, que essa era a vontade dele em vida e assim conseguiu fazer o procedimento e deu à luz uma menina, no início da semana.
À parte toda a discussão ética, fiquei matutando sobre a motivação dessa mulher. Sim, ela queria ter um filho com aquele homem, estavam casados e tentando engravidar. Mas ele morreu e ela levou adiante o projeto. Colocou na menina o nome do pai e já declarou que a bebê é a cara dele. E, para mim, o mais assustador, disse que a filha significava um novo começo de vida para ela. Claro que comecei a pensar no que nos motiva a ter um filho. É justo com a criança que vai nascer já vir carregando o peso de ser um recomeço de vida para a mãe? Afinal, porque temos filhos?
Eu mesma, quando me pego com vontade de ter o terceiro filho (e as vezes ela vem muito forte, porque acho que filhos são a melhor coisa da vida), me faço essas perguntas. É uma decisão racional, ou um desejo que vem do coração? É um ato egoísta? Uma determinação biológica? Uma cobrança social??
No meu caso, que sempre quis ser mãe, mas sou bem racional, ter filhos pressupunha ter um companheiro muito legal, certa maturidade e estabilidade. E, quando nasceram minhas filhas, tive a certeza de que elas só poderiam ter sido fruto daquele relacionamento, daquele amor, daquele momento de vida. Mas me surpreendeu a demanda emocional que a maternidade traz. Quando desejo ter mais filhos logo penso se seria capaz de dar conta de mais um, de dar a atenção que essa criança merece. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão.
22 junho 2011
10 junho 2011
Trabalho novo, rotina nova
Tsc, tsc, tsc. Mais de um mês sem escrever nesse espaço tão querido. Não foi abandono nem pouco caso. Foi é muuuuuito trabalho. A vida deu uma daquelas guinadas e agora sou a nova editora do site da revista Pais & Filhos. Feliz da vida com o novo desafio e mais atenta do que nunca a todos esses temas que adoramos e fazem parte do nosso dia-a-dia. Mas vocês podem imaginar como a minha rotina mudou, né? Ainda estou me adaptando, minhas filhotas também. Agora, não dá mais para levar e buscar na escola todo dia, como sempre fiz. Nem levar no ballet, natação e yoga. Ou dar banho e almoço... Acompanhem a logística: venho para a editora de manhã cedo. Volto para casa na hora do almoço para engolir alguma coisa e pegar as meninas. Levo na escola. Deixo o carro num estacionamento perto do trabalho. O Rico sai correndo do trabalho às 17h e pega as gatinhas na escola. As deixa em casa e volta para o trabalho. Ufa, cansaram? Mas por enquanto é isso. Elas ainda são pequenas e não tenho coragem de colocá-las na perua escolar. Além disso, gastar a minha hora do almoço para levá-las na escola faz com que a saudade diminua um pouquinho. Depois é torcer para chegar em casa com elas ainda acordadas. Geralmente chego perto das 20h, corro para lavar a mão. Julieta logo diz "mamãe, você vai lavar a mão porque andou de 'ômbilus'?". Aí, ignorando a fome e o cansaço, vou ler histórinhas até elas dormirem. Depois, junto os caquinhos, vou preparar uma coisinha para comer com o Rico, contar as novidades do trabalho, repercutir notícias, etc. E lá se foi mais um dia. Mas, querem saber o resumo da ópera? Estamos nos saíndo super bem! Agora meu novo mantra é: qualidade é melhor do que quantidade. Fico menos com as meninas, mas aproveito cada segundo, com todo meu amor e minha atenção.
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